quinta-feira, dezembro 30, 2004

Adeus ano velho, Feliz Ano Novo

Seu 2004 se iniciou com algumas mágoas. Com ansiedade. Com esperança desesperançosa. Tentativas de reconciliação improváveis. Mas isso foi efêmero. Houve viagens divertidas. Amigos fiéis e sinceros. Muitas risadas. Peripécias inusitadas. Muitos pilequinhos. Saídas constantes. Carpe diem. Carpe noctem. Tomou chuva na madrugada. Muito Korova. Muito Baba Salim. Muitas leituras alheias em sala de aula. Mesmo assim muitas notas boas. Despedidas. Amigos que vão, amigos que vêm. Choro. Gargalhada. Pessoas interessantes. Viagens programadas em mesa de bar. No intervalo das aulas. No meio do expediente. Nos encontros entre amigos. Namoricos básicos. Festa. Curtição. Muito cinema. Discussões intermináveis sobre o sentido da vida. Muita dança. Feijoada e Zé Pequeno. Paixonites agudas. Tratamento com sucedâneo de paixão violenta. Calafrios e náuseas. Risadas nervosas. Show disso, show daquilo. Reencontros. Amigos do passado. Amigos novos. Seu ano terminou inebriante. Quando tudo ficava na mesmice, um raio. A chuva. A noite. Novidades singulares. Inesperadas. Renovação da esperança. Cenas de filme. Diálogos de filme. Celebração. Novas despedidas. Amigos queridos. Reuniões. Felicidade. Desilusão. Emoções à flor da pele. Espera. Tempo. Bênçãos. Amor. Vida. Sentiu que viveu neste ano. Viveu com gosto, viveu com a alma. Teve seus amigos e sua família ao seu lado. Cercou-se de coisas bonitas, de momentos inesquecíveis, de acontecimentos inesperados, de pessoas amadas. Este ano marcou-se pelo aprendizado. Aprendeu sobre a vida. E vivê-la-á da melhor forma possível. E, para não perder o costume, releu as sábias e doces palavras do magistral poeta de Itabira que ilumina os corações...

Receita de ano novo
(Carlos Drummond de Andrade)

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

segunda-feira, dezembro 27, 2004

Sentimentos de última hora de férias de final de ano

As coisas que deixamos para fazer antes que o ano acabe não raro deveriam ser as primeiras escolhidas. Desta vez, deixei para ter saudades por último, deixei o ciúmes paranóico para agora, deixei para sentir no final.

No final, quando não dá mais para consertar. Pelo menos, não tão cedo. Agora fico aqui, tal qual um torcedor de um time qualquer de futebol que espera que os outros times percam, para que assim o seu se classifique. Tal qual a esperança misturada com a desesperança. Tal qual aquele que não se conhece o suficiente.

Mas, um por um os dias passarão e um por um os sentimentos de última hora de férias de final de ano se alinharão. E aí, não será mais final de ano. E aí, poderei começar do zero.

Mas, antes que todos fiquemos esperançosos, resoluções de Ano Novo não consertam nada, não desfazem errados. Resoluções de Ano Novo não desembaraçam pensamentos. Hum, será que se eu tivesse pedido pro Papai Noel...

Ps: Enquanto isso, que Buenos Aires possa conosco!

sexta-feira, dezembro 24, 2004

Peace of mind – don’t assign me yours

A cabeça dá voltas. O tempo pára, de maneira retrógrada. Você custa a acreditar. Você não quer acreditar. Exatos dois meses atrás a vida virava de pernas para o ar. Maravilhosa e intensamente. No instante em que se fez exatos dois meses tudo ruía. O sonho de um abraço tornou-se um beijo gelado em uma boca qualquer. Os olhos olharam retinas estranhas. A pele sentiu o calor alheio. Não há porquês razoáveis. Há apenas o egoísmo. Falta de consciência. Falta de respeito por algo que se dizia sublime. E o símbolo daquilo estampado no peito. Contudo, esqueceu-se. Você sabia que algo assim aconteceria. Mesmo assim, você foi. Indo, encontrou amigos. Você foi avisado do que seria um erro. Mesmo assim, insistiu. Fez. Você pensou nisto no outro dia. Silenciou. Preferiu não se abrir. Preferiu que outras vozes dissessem. Você foi covarde. Você optou pela irracionalidade quando precisava pôr os pés no chão. Você pirou. Enfureceu-se. Fez besteira. Ao menor sinal de sofrimento. Isso significa uma coisa ou outra. Mas significa também que você optou pelo não-sentimento. Sim, você foi covarde. Você não quis enfrentar os fantasmas. Quis extravasar. Só que acabou rachando o cristal precioso. Agora está ali, estático. Nada faz. Permanece na inércia. Se o que sente é sublime, não sei do que chamar a desesperança. E os minutos da vida passam por aí. E, como diria Nietzsche, abençoados os que esquecem, porque aproveitam até mesmo seus equívocos.


"You don't tell me things, Joel. I'm an open book. I tell you everything, every damn, embarrassing thing." (Clementine IN Eternal Sunshine of the spotless mind)

terça-feira, dezembro 21, 2004

Mais um post sobre nada...

Estou menstruada. Muito.
Como li em algum lugar que já não lembro, estou menstruada até o último fio de cabelo.
Acho que foi daí que eu tirei de pintar a unha de vermelho-sangue.

sábado, dezembro 18, 2004

Sobre o meu processo criativo OU Esclarecimentos OU AINDA Whatever, who cares anyway?

Tenho mania de primeira pessoa, admito, o que não significa, necessariamente, que o assunto seja eu.

Quase nunca me faço enteder, é provável, portanto, esclareço que rascunho sobre coisas presentes que se tornaram passado, coisas futuras que nunca se realizarão, coisas que só exitem e fazem sentido em minha cabeça.

Publico sobre o que acontece comigo, com minhas amigas, falo sobre a gente que vive, ama e respira em outros lares que não os que conheço.

Tenho pretensões, ilusões, acho que posso falar do que não sinto. Esperançosa, acredito que talvez, com o tempo, possa chegar a escrever.

domingo, dezembro 12, 2004

A fila anda...

Eu escolho homens errados. Eu me auto saboto. Quem aí pode dizer o contrário? Mesmo com a certeza de que somos incompatíveis, inicio. Mesmo sabendo que o relacionamento não tem futuro, insisto. E quando termina, quero entender.

Devo me resignar ao fato de que nunca entenderei o que se passa na cabeça deles? Talvez deveria me resignar ao fato de que nunca entenderei o que se passa na minha.

Me dizem que a fila anda, mas para onde ela vai?

terça-feira, dezembro 07, 2004

O Espelho

Olha bem para o espelho. Aquela ruguinha aparece insistente, a cor do cabelo pálida, a roupa que você queria colocar está lavando, o pé está todo machucado, as unhas quebradiças, a pele oleosa e os olhos enfeitados com olheiras de muitas noites sem dormir. Você dorme em pé, sentada, encostada, desconfortável, em qualquer lugar. O estado sinestésico parece permanente. Ouve a cor da face pálida, sente o som do estômago nauseado, vê o gosto de remédio na boca, cheira a aspereza das mãos. A chuva cai lá fora. Você sai, ouvindo o calor interno, e sente as primeiras gotas escorrerem pela cabeça. A sensação da tempestade desanuvia a condição de languidez. Você não é um conceito. Você não tem que completar o vazio de ninguém. Você não é aquela imagem desalentadora. Você é apenas uma garota prostrada que está tentando achar sua própria paz de espírito.

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Meu Esquema

Mesmo sapato, mesma saia, mesma blusa, mesma jaqueta.
Mesma pulseira, mesmo relógio, mesmo brinco.
Mesmo cabelo, mesma maquiagem, mesma cor de esmalte.
Mesmos amigos, mesmas bebidas, mesmo bar.

Mas hoje não vai ter nada além destes mesmos na minha noite. Hoje, eu volto pra casa com o sol.

terça-feira, novembro 30, 2004

Do marzipã

Alguém resolveu falar das qualidades do marzipã. Leve, doce, crocante. Um gosto inesquecível. Boa é a lembrança em degustá-lo. Bom é saber que uma certa pessoa gosta dessa guloseima. Melhor ainda é ter a certeza de que o tempo trará o marzipã. Maravilhoso, porém, é pensar que, então, ele será saboreado a quatro meias.

sexta-feira, novembro 26, 2004

Vai saber

Falta de sono, sonolência. Carência, necessidade de estar sozinha. Idealismo, realismo. Não querer, ir atrás. Querer, mas não se importar. Se importar, nada fazer. Nada ter, ciúmes. Estar em sua própria pele, e não se entender. Vai saber!

É foda ser mulher...

terça-feira, novembro 23, 2004

Ao Novo Mundo

A maré parece contrária, mas o vento é meu amigo. Os peixes são meus guias e o paraíso é uma visão constante. Nunca cogitei a possibilidade de volta. Nunca desejei, nem um segundo, qualquer tipo de volta. Isso não seria possível. Minha alma já modificou-se. Passaria a vida olhando ao horizonte e vendo o que transcende aos olhos. Meu medo é nosso, vejo isso agora. Transformemos esse medo em força. Transformemos a força em realizações. A viagem apenas iniciou-se. Há um mundo ainda inexplorado. Minhas pernas são suas e caminho com seus pés. Essa viagem, meu bem, só poderá ser feita a quatro meias. Formemos nossa aliança. Afinal, o príncipio da reciprocidade permeia o conceito de dádiva. E o que temos é uma dádiva: Amor.

domingo, novembro 21, 2004

2 a 2

Alguém diria que não lido bem com notícia ruins, outro diria que talvez lido bem demais. A verdade é que não lido nem bem, nem mal, apenas finjo que a situação não existe. E, como sem mais, caio em um mundo de muda irrealidade. Mas aí vem a escuridão que torna tudo muito claro e negar passa a não ser mais opção, então apenas choro um choro atrasado e sentido.

Estive triste. Pelo meu avô, pela minha amiga, pelo meu amigo, por mim. Mas no dia em que o álcool fez às vezes de dor-de-cotovelo e me inspirou, estive feliz. E dancei, como dancei. Continuo triste pelo meu avô e apreensiva pela minha amiga, mas eu e meu amigo não estamos mais na lista de coisas para não esquecer de se preocupar. Menos mal, 2 a 2.

domingo, novembro 14, 2004

O Sempre dentro do Nunca

Cheguei à conclusão de que meu sentimento amoroso tem efeitos ex tunc. Quando escrevi sobre a chuva, imaginava meu ideal romântico, sem sequer ao menos conhecê-lo. Achava-o em todas as faces, mas nenhuma era realmente sua. A chuva habitou minha mente por muito tempo, e o mistério das nuvens cinzentas cegou meu pueril coração. Permaneceu ali, inerte, descrente. Por fim, conformou-se. Mas eis que as gotas começaram a cair no momento em que os olhares se encantaram do linguajar poético. Tudo agora fazia sentido. O sonho tempestuoso virou realidade. As gotas escorreram em meio aos lábios apaixonados. O coração alcançava a maior liberdade que se pode conquistar. E esta liberdade é paz, que tranqüiliza e faz voar a alma. Infinita.

quarta-feira, novembro 10, 2004

Blegh

Tinha coisa melhor para fazer, mas fui cortar o cabelo.
Queria ter ido no cabelereiro que vou há 11 anos, mas resolvi variar.
Ele deveria ter seguido as minhas intruções, mas não o fez.
E eu poderia ter levado numa boa, afinal, dizem que cabelo cresce, mas não: fiquei de mau humor.

domingo, novembro 07, 2004

Se houvesse o adeus

Você tinha razão. Sou mais prática. E se você briga com a realidade, eu brigo com a minha praticidade. Queria poder lhe falar o quanto sonho em ter minha vida a seu lado. O quanto desejo que tudo fosse diferente e igual. O quanto espero para olhar você nos olhos, e o quanto espero para sentir você me tocar. Queria ter você para mim. Queria conhecer cada cantinho de sua existência e fazer parte dela desde então, indefinidamente. Queria poder acordar ao seu lado. Queria poder vê-lo mau-humorado pela manhã. Queria pedir-lhe que tome banho comigo. Queria poder me sentir em um jardim de infância. Queria poder compartilhar com você todos os meus pensamentos, todos os meus medos, todos os meus desejos. Queria poder lhe dar tudo que eu tenho e o nada que eu sou. Isso é um sonho. A realidade se faz presente. Queria ter poderes suficientes para modificá-la, junto com você. Sua existência será parte da minha alma e luz em meu pensamento. Será uma lembrança eterna de como sempre sonhei viver. E a certeza de que habita em mim a felicidade, infinita. Esse seria o adeus. Mas se o adeus houvesse, não haveria cumplicidade. Então eis que estou ao seu lado para mudarmos a realidade e construirmos nosso sonho. A partir de hoje, o ‘queria’ torna-se ‘vou’. E reler o ‘queria’ com outros olhos torna tudo tão doce quanto um beijo na chuva.

quarta-feira, novembro 03, 2004

Se...

Se a terra rodasse no meu ritmo, rodaria mais rápido. Se o dia tivesse as horas que necessito, seria mais longo. Se as garagens estivessem preparadas para mim, teriam colunas acolchoadas. Se eu fosse o sorveteiro, só venderia sorvete sabor doce-de-leite. Se todas as pessoas fossem minhas amigas, morariam no hospício. Se a rádio fosse minha, só tocaria Strokes e Los Hermanos. Se o cinema me obedecesse, só exibiria O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Se a casa de sucos me tivesse como proprietária, só venderia suco de limão sem casca. Se eu controlasse as estações, viveria no outono e na primavera. Se eu não pudesse evitar, todos me entenderiam, inclusive eu mesma. Se o mundo seguisse a minha lógica, todos os dias seriam noite, e todas as noites seriam vésperas de feriado, e eu as passaria dançando rock'n'roll...

sábado, outubro 30, 2004

Impressões

Tenho a impressão que acabo de deixar a LETi em casa. Tenho a impressão que bebi demais. Tenho a impressão que a minha pergunta ficou sem resposta. Tenho a impressão que a Chapeuzinho Vermelho ficou sem o Lobo Mau. Tenho a impressão que fui ao hospital, mas a paciente não era eu. Tenho a impressão que o que prometo quando bebo, continua valendo. Tenho a impressão que minto às vezes. E muito bem.

Tenho impressão que quando voltava pra casa, tocava uma música, de uma banda que eu não gosto particularmente, mas tenho a impressão que gostei da letra.

"Hold me now and say it´s not forever
´Cause maybe someday in time
Things will go my way"

PS: Este post foi escrito no dia 29/10/2004, lá pelas cinco horas da manhã, após voltar de uma festa a fantasia. Como a *Fer* tinha acabado de publicar um post, reservei-o pra agora. Não mudei uma vírgula, está exatamente como foi escrito.

terça-feira, outubro 26, 2004

Diagnóstico: Portadora da Síndrome da Monguice Aguda

Sintomas:

A síndrome monguiana é constituída por 8 elementos principais, que podem ser observados quando o paciente chega perto do objeto de desejo: boca seca; vermelhidão das faces; língua presa; desvio de olhar; repentina incapacidade de fazer qualquer tipo de comentário inteligente; mudança no comportamento; perda relativa da racionalidade e taquicardia.

Vários outros sinais clínicos e sintomas podem ocorrer, como alterações na escrita e na marcha. Portanto, diferenciar a doença da Monguice Aguda das outras enfermidades ou situações que produzem a síndrome, tais quais a timidez e a frescura, nem sempre é fácil. Muitas vezes, é preciso observar o paciente por um longo tempo para se ter convicção do diagnóstico, até porque ainda não existem exames laboratoriais que possam confirmá-lo.

Estudo de Caso:

Identificação: _Me_, 20 anos, fem, branca, estudante, solteira, cebolita.
Queixa e duração: apresenta boca seca, vermelhidão das faces, desvio de olhar e taquicardia. Os sintomas estão ocorrendo desde que topou pela primeira vez com o objeto de desejo a cerca de um mês e meio.
História da doença atual: Paciente alega que há aproximadamente um mês e meio passou a apresentar os referidos sintomas quando se encontrava sentada em uma mesa de bar e o referido objeto passou a dirigir-lhe olhares. A paciente, que gostaria de ter retribuído tais olhares, foi vencida pela doença e desviou o olhar para a direção oposta. Ao ver removido o objeto de desejo, a paciente apresentou melhora.

Porém, relata que semana passada estava passeando por um shopping da cidade quando avistou o indivíduo andando na direção oposta. Pondera que o rapaz a encarava e que acometida de um mal súbito, tudo o que a pobre paciente pode fazer foi olhar para a vitrine que encontrava-se do outro lado, sem antes tropeçar.

Em mais uma amostra de monguice aguda, a paciente, ao perceber que o objeto encontrava-se em uma das lojas, rapidamente se escondeu atrás de um manequim, na esperança que o mesmo não a avistasse.

Tratamento:

Nao há eficácia comprovada com nenhum tratamento disponível. Porém, os pacientes vêm apresentando melhora quando afrontados por seres acomentidos de atrevimento excessivo, uma vez que esses, não dando bola para as monguices agudas, agarram os portadores da síndrome. Especula-se que talvez uma boa surra resolva.

segunda-feira, outubro 18, 2004

Espectros

Olha para os lados como se procurasse algo. Os olhos viram lentamente, passam desapercebidos em meio à multidão. Você não estava ali, mas vejo você em todo lugar. Sua face está em todas as faces. Seu sorriso está em todos os lábios. Seus braços em todos os abraços. Seu suor em toda minha pele. Seu calor em todo meu corpo. Seu gosto na minha boca. Sinto você, mas sua presença é fantasiosa. Meu reino por um de seus beijos. Carência.

sexta-feira, outubro 15, 2004

Qualquer coisa de mistério

Minha indiferença ocupou-se de desvendar os porquês. Está meio aflita, meio sem saber o que pensar. Vai daqui, vai dali, procura, olha, mas não acha coisa nenhuma. Pensa nervosamente se o jogo virou. Jogo, mas que jogo? Aquele, poxa, do olha-não-olha, do vê-mas-finge-que-ignora, do vai-atrás-mas-não-quer-nada. Não, o jogo inexiste. Ou o jogo sempre esteve virado? Será? Pois bem, quem se estrepou dessa vez foi a pobre da indiferença. De tão angustiada virou a casaca e amigou-se, quem diria, com a dúvida. E que cruel essa tal. Fica instigando-a a não se acalmar, a ficar tilintando díssonos pensamentos, aqueles ordinários, aqueles que a tornam sonâmbula. Borboletas inversas habitam o meu estômago. Voam ao contrário, mas as náuseas são as mesmas. E as coisas pairam no ar, indicando que o medo está presente. Medo de que, ora? Medo do nada.

quarta-feira, outubro 13, 2004

Por um amor mais alcoólatra e inconseqüente

Tem que ser atraente. Tem que ser inteligente. E alto. Tem que gostar de ler, dos filmes do Tarantino e de cinema europeu, de beber, de rock'n'roll. Tem que usar all star e o sexo deve ser fantástico. Tem que se interessar pela questão palestina. Tem que morar em Curitiba. Tem que me acompanhar em palestras sobre Sociedade e o Medo sem se entediar. Deve gostar de viajar. E ser músico. Tem que me entender, mesmo quando eu não consigo.

Não pode ter ciúmes, nem ficar em cima do muro. Tem que gostar dos meus amigos e segurar a minha mão. Tenho que querê-lo e ele tem que me querer em retorno. Que não me faça esperar, que não me faça chorar. Que deixe a barba por fazer e fique longe de gel para cabelo. Que me aceite pelo o que eu sou e qu... (mão na consciência)

Hum... Eu exijo que me aceite como eu sou, mas parece que não quero fazer o mesmo... Fico me escondendo atrás de todos estes requisitos na esperança que passe desapercebido o meu medo de acabar sozinha. Afinal, não há ninguém que seja capaz de ser o que eu quero.

Portanto, não exigirei mais tanto do outro, esquecerei (quase) todos estes critérios. Esse padrão só gera angústia e minhas pílulas de soma* acabaram.. Aposto que assim serei mais feliz! Ao menos, é o que se espera...

* Soma: do Livro Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley. "Podem proporcionar a si mesmos uma fuga da realidade sempre que o desejarem, e retornar a ela sem a menor dor de cabeça e nem sombras de mitologia".

segunda-feira, outubro 04, 2004

Aniquilação sentimental

Esqueça que eu existo. Vá embora. Nunca mais se aproxime. Tudo o que você era não passa de ilusão severa, que esmigalhou o ingênuo coração. A dor transformou-se em raiva. A raiva transformou-se em ódio. E o ódio, meu ordinário ninguém, virou a casaca e resolveu amigar-se com a indiferença. Provou, e resolveu que é mais doce optar pelo não-amor. Pelo não-sentimento. Você agora não passa de um não-qualquer. Você agora só receberá meus 'nãos', com uma única exceção: o foda-se.

sábado, outubro 02, 2004

Em uma sexta-feira dessas, em uma rua escura qualquer

Quase chorou sozinha. Quase chorou genuinamente sem motivo. Talvez tivesse chorado por não saber porque chorava. Sentiu-se tonta. Sem chão, sem ar. Encontava-se carente e melodramática. Sorriu, pois não se tratava de coração querbrado. Os remendo, embora pudessem parecer fracos aos olhos dos mais desatentos, ainda resistiam e se fortaleciam.

Agora, ainda sozinha, quis retirar tudo o que dissera 10 minutos antes, mas não poderia. Mas foda-se, quem se importaria? Tinha certeza de que ela não. Enquanto suspirava escutou, como se em um sussuro: "Falta pouco".

Percebeu que passara a residir, acanhada ainda, uma novidade em seu coração. Ainda era quase que pouco mais que um breve interesse. Porém a dúvida, irriquieta, intermitente, questionava se ele estaria lá. Infelizmente, teria que esperar.

domingo, setembro 26, 2004

(These two sides of my brain need to have a meeting)* A esperança é a última que morre, mas um dia morre...

Não quero mais. Quero sim. Não aguento mais. Só mais uma semana. Não espero. Espero. Desisto. Insisto. Isto acaba hoje. Espero só mais uma semana. Odeio que te amo. Amo que te odeio. Sigo em frente. Olho para trás. Quero outro. Não, quero você. Não quero não! Quero sim! Cala-te! Não calo não! (sons de socos e pontapés). É, a esperança é a última que morre, mas um dia morre. E ela morreu hoje. Morreram também os prazos perdidos e prorrogáveis indeterminadamente. A espera. A negação. A cegueira. Agora vejo tudo muito claro. E chega! E é por isso que a substituição do título se fez imperiosa...

* Trecho da música "Fell in love with a girl" do White Stripes. Significa "Estes dois lados do meu cérebro precisam ter uma reunião".

terça-feira, setembro 21, 2004

Recado ao novo amor

Chega devagar, desinteressado. O tempo parece parar, mas passa rapidamente. Primeiro olha, depois se aproxima. Aos poucos. Olha intimamente, fica mais perto. Fala. Suavemente. Sente as batidas do coração lhe saltarem pelo peito. Fica mais perto, sente o cheiro. O coração acelera-se. O calor da pele já é palpável, os lábios se tocam. Paixão.
Ao novo amor, se desejar este coração, que o faça cuidadosamente. Embora delicado, sente tudo de maneira intensa. Deve tomá-lo com carinho, conquistá-lo aos pouquinhos. Meu coração é frágil, precisa de tempo para amar. É livre, mas profundo. Apega-se, mas deixa solto. Delira, mas é assente. Anda a esmo, mas é fiel. Fala pouco, mas diz tudo. Espera, mas não vê a hora. Morre de amor, mas continua vivendo.

sábado, setembro 18, 2004

Quem disse que se apaixonar é bom, estava mentindo...

Te amei 6 vezes, durante 6 meses, por 6 semanas. Te amo uma vez por mês. Meu corpo pede pelo teu e minhas mãos sentem falta das tuas. Quero o teu beijo, teu riso, tua barba por fazer. Depois já acho que não te quero mais. Até que ponto isto é verdadeiro, não sei precisar. Fato é que quero querer outro, mas não quero. E como eu tentei não te querer! Quem disse que se apaixonar é bom, estava mentindo...

"Você não me ensinou a te esquecer, você só me ensinou a te querer e te querendo eu vou vivendo"...

quarta-feira, setembro 15, 2004

Crises existenciais

Os anjos desciam do céu, gargalhando.
Pobres mortais, com seus sofrimentos mundanos!
Colocaram-se a observar uma mulher que chorava. Seus pensamentos lhes eram acessíveis em alto e bom tom.
{Não consigo entender o porquê. Dei-lhe tudo: minha alegria, meu ser, meus sonhos, meu desejo. Parecia-me tão feliz. Tudo estava tão perfeito!}
Riam-se os anjos.
Os humanos não conseguem viver sequer um minuto sem conflitos!
Não é de se surpreender...
Pudera, com tamanha imperfeição!
Foram embora, subindo por entre as nuvens. A mulher continuava ali, transtornada.
{Por que, meu Deus? Fiz tudo certo... Tudo estava tão perfeito! Dei-lhe tudo: minha vida, meus carinh...}
Repentinamente foi interrompida.
Corta!
Pode repetir novamente?! E desta vez, tente colocar mais alegria nestas lágrimas... Deus do céu, você acabou de reencontrar o amor da sua vida, que estava perdido!!! Vamos lá... luzes...
Pôs-se ela no palco, novamente, mas o pensamento lhe era inevitável:
{Droga! Por que diabos dor-de-cotovelo não é justificativa legal para faltar ao trabalho??}

sexta-feira, setembro 10, 2004

Fairy Tale?

Nunca sonhei com príncipes encantados, nem em casar virgem na igreja, de véu e grinalda. Não fantasiava com encontros cinematográficos, desses cheios de coincidências e encontros e desencontros. As minhas paixonites e ilusões amorosas se resumiram a acreditar aos 4 anos que casaria com o David Bowie depois de assistir o filme Labirinto.
À medida em que fui crescendo, observei minhas amigas, uma após a outra, esperarem pelo princípe encantado. Não, eu não. Sempre revestida de minha racionalidade, que duraria até pouco tempo atrás, tinha uma única certeza. Na minha vã inocência acreditava que jamais sofreria de dor-de-cotovelo.
Engraçado, não? Até hoje não sei de onde tirei isso, mas na minha cabeça isso era certo. Certa também era a idéia de que eu sempre falaria o que penso, corajosamente... A vida tem essa mania às vezes, tem sempre que provar que estamos errados...

sábado, setembro 04, 2004

A espinha do diabo

Muita gente tem que perguntado o que seria meu encosto. Acho que a resposta que mais se assemelha com o que eu penso sobre isso, encontra-se no filme "El Espinazo del Diablo", de Guillermo Del Toro. Logo no começo, um dos personagens recita o seguinte:

"O que é um fantasma? Uma tragédia condenada a se repetir diversas vezes? Um instante de dor, talvez. Algo morto que ainda parece estar vivo. Uma emoção suspensa no tempo. Como uma fotografia borrada. Como um inseto preso em âmbar. O que é um fantasma? Um fantasma sou eu".

Pra mim, definição perfeita.

quinta-feira, setembro 02, 2004

R.I.P.

Não lidava bem com ritos de passagem. Chorava copiosamente. Não que gostasse de coisas estáticas, apreciava transformações e até as buscava, porém, quando estas chegavam, sentia tamanha combinação de sentimentos, que, irresignada, observava tais sentimentos lhe saírem pelos olhos.

Certa vez, após receber uma flor de um novo amor, sentiu-se eufórica. Estava ainda ligada a um antigo amor, é verdade, mas deliciou-se com a felicidade proporcionada pela novidade. Para seu pavor, a esta fase sucedeu-se o choro. Chorou feito criança. E irritou-se por não saber o porquê daquelas lágrimas. Mentiu. Fingiu na hora rir. Tentou explicar. Não conseguiu. Desesperou-se. Mas esperou. E finalmente entendeu.
Percebeu que a flor marcara o fim de um processo que se iniciara racionalmente meses antes, e este era o motivo do choro, não o amor enferrujado, como temia. Lembrou-se que fora criticada por tomar decisões racionais, esperando que isso fosse resolver. Sorriu ao lembrar de sua inocência teimosa à época ao acreditar que funcionaria. Mas aprendeu a lição, e por fim sentiu-se pronta. E foi.

segunda-feira, agosto 30, 2004

Insônia

Sim, são 03:29 hrs da manhã.
Sim, eu tenho que acordar às 07:30 amanhã.
Sim, amanhã começa o meu novo estágio e eu não poderei dormir de tarde.
Sim, eu deveria sair do computador e ir pra cama.
Mas não, aqui estou eu escrevendo no Cebola Roxa.
Em uma dessas noites de insônia, eu, entediada, passei a jogar aquele jogo do Windows, Copas.
Em uma dessas noites de insônia, eu, entediada e levemente irritada com os nomes estúpidos que o computador colocara como meus adversários, após ganhar diversas partidas, resolvi mudar tais nomes e os troquei pelos os nomes de alguns ex´s.
Então, em uma dessas noites de insônia, eu, fracassada, perdi pra todos os do meu passado e finalmente fui dormir.
Placar final (ganha quem tem menos pontos):
_Me_ 101
A 45
B 17
C 20

Derrota avassaladora... Carma?

sábado, agosto 28, 2004

Eu tenho encosto

Há algum tempo tenho sido alvo de chacota de alguns amigos quando falo que sou perseguida por um encosto de um tipo muito peculiar, qual seja, o eletrônico (ou tecnológico).

Computadores, celulares, DVD Players, MSN tudo pára de funcionar perto de mim. E hoje, é claro, não poderia ser diferente... Escrevi um post, já tinha corrigido os erros de português, de concordância (e eu não vou fazer isso neste, então, se tiver algum erro, azar!), formatado tudo certinho, quando não mais que de repente, meu querido encosto ataca e *puf*! O post some inteirinho! E o pior: eu não consigo lembrar as duas primeiras frase do post, por mais que eu tenha tentado!

Agora vocês acreditam em mim?

E XÔ ENCOSTO! Bem, deixa eu postar logo antes que ele apareça de novo...

terça-feira, agosto 24, 2004

Números

3 amigas, 1 dj, 2 amigos e 1 festa.
1 previsível, 1 provável e 1 inesperado.
O provável e o inesperado, beijo; o previsível, espera.
1 semana depois, 3 namoros.
4, 5 e 9 meses depois: 1 acabado, 1 mal resolvido e 1 união estável.

PS: Feliz Aniversário Thais e Maritchas!!!

sexta-feira, agosto 20, 2004

TARZAN E JANE ou QUANDO O AMOR ACABA (Luiz Fernando Veríssimo)

Foi um dos grandes momentos do cinema. Não me lembro quem era Tarzan na época. Não importa. O que importa é a frase.

- Eu Tarzan, você Jane.

Certas frases famosas do cinema na verdade nunca foram ditas. A frase que todo mundo lembra de Casablanca, por exemplo, "Play it again, Sam". Não tem no filme. Os puristas dirão que Tarzan jamais disse "Me Tarzan, you Jane". Apenas apontou para o próprio peito e disse "Tarzan", depois apontou para Jane e disse "Jane". São os mesmos puristas insensíveis que insistem em destacar a importância de Chita, a macaca, nas aventuras de Tarzan, pois - dizem - se não fosse a Chita para desamarrar os pulsos de Tarzan sempre que ele se deixava capturar, não existiria o mito de sua invencibilidade. Alguns revisionistas chegam a dizer que Chita, e não Tarzan, é a figura principal do mito e que Tarzan entrava como alivio cômico. Só merecem o nosso desprezo.

Não foi fácil para Tarzan aprender a frase.
- Eu Jane, você Tarzan.
- Não, Tarzan. Eu Jane, você Tarzan.
- Foi o que Tarzan disse.
- Eu Jane, você não.
- Eu Jane, você não.
- Não. Diga "Eu Tarzan".
- Eu Tarzan, você não.
- Eu Tarzan, você Jane.
- Eu confuso.
- É fácil. Pare de comer piolho e escute. Diga "Eu Tarzan, você Jane".
- Eu Tarzan, você Jane.
- Isso!

De uma só vez, Tarzan descobria a linguagem humana, o uso do pronome e o amor. A cultura chegava à jângal. A civilização conquistava a barbárie. A mulher, simbolizando os valores comunitários, domava o primitivo.
- Eu Tarzan, você Jane.
- Perfeito. Agora diga, "Eu Tarzan, você boa".
- Eu Tarzan, você boa.
- Eu Tarzan, você ótima.
- Eu Tarzan, você ótima.
- Eu Tarzan, você formidável!
- Eu Tarzan, você formidável!
- Eu nada, você tudo.
- Eu nada, você tudo.
- Muito bem. Agora vai caçar um leão e não incomoda.
- Eu Tarzan, você…
- Chega!

O melhor Tarzan de todos os tempos foi Johnny Weismuller, talvez porque tenha sido o Tarzan da minha infância. Mas o fato de ser campeão de natação determinou algumas distorções na personagem. Em todos os filmes de Tarzan com Weismuller havia longas cenas de natação. Tarzan nadava com um crawl perfeito, o que era estranho. Certamente não aprendera aquilo com os macacos. E sempre que Tarzan entrava na água, um jacaré entrava também. Era Tarzan mergulhar e o cinema inteiro murmurava, apreensivo: "Lá vem o jacaré…". Mas Tarzan derrotava o jacaré. Sem a ajuda da Chita, diga-se de passagem.

- Eu Tarzan, você Jane…

A vida era boa para Tarzan e sua companheira. Não precisavam de muita conversa. Amavam-se. Mas o tempo passou e o tempo é o segundo maior inimigo do amor, depois da pele oleosa. Um dia, distraído, Tarzan disse:
- Eu Tarzan, você Araci.
- Araci?
- Epa.
- Você tem outra seu cretino!

Brigaram. Jane continuou morando na casa da árvore mas Tarzan foi dormir na forquilha. Depois de um mês longe dos braços de Jane, Tarzan sugeriu para Chita.
- Eu Tarzan, você Jane?
- Chita fugiu, prudentemente. Todos os animais da floresta fugiam de Tarzan enquanto Jane não o aceitasse de volta. Finalmente, veio a reconciliação. Tarzan se penitenciou.
- Eu monstro, você compreensiva?
- Diga "Eu verme, você maravilhosa".
- Eu verme, você maravilhosa.
- Eu ser desprezível, você superior.
- Eu ser desprezível, você superior.
- Entre.
Contam os nativos que a grande casa da árvore tremeu naquela noite.

Mas o tempo passa e tudo muda. Um dia, Tarzan disse:
- Eu velho, você velha…
- Você velho, eu inteira.
- Eu Tarzan, você Jane?
- Hoje não, bem. Estou com dor de cabeça.

Tarzan passou a beber. Os nativos contam histórias. Contam que Tarzan deu para freqüentar os bares da costa. Entra com a Tanga Caída, bate no balcão e pede bebida. Depois de três ou quatro copos, vira-se para os outros freqüentadores e grita:

- Eu Tarzan, vocês todos Janes!

É expulso do local. Só anda pela floresta amarrado a um cipó e com um negrão empurrando. Volta para a árvore tarde da noite e Jane tem que ajudá-lo a subir. Ele nem enxerga direito.

- Eu Tarzan, você quem é?

Triste, triste.

domingo, agosto 15, 2004

Anemias

Estou anêmica. Não só fisicamente, como também emocionalmente. Assim como não tenho vontade de sair da cama, não tenho vontade de lutar contra aquilo que é subjetivo, contra aquilo que eu sei que não deveria querer, mas quero. Ao mesmo tempo, não tenho forças pra lutar contra o meu medo de rejeição, que se prova mais forte do que nunca.

Portanto, eu, dita decidida e corajosa, preferi ficar presa a uma pergunta por medo da resposta...

"I just want to turn you down
I just want to turn you around
Oh, you ain't never had nothin' I wanted, but...
I want it allI just can't figure out...
Nothing"
(Barely legal - The Strokes)

"Eu só quero recusar você,
Eu só quero fazer você voltar-se
Oh, você nunca teve nada que eu quisesse, mas...
Eu quero tudo só não consigo entender...
Nada" *

* Odeio traduzir letras, mas assim todo mundo entende...

quarta-feira, agosto 11, 2004

(soluço) ah, agora entendi

Alguém acabou um relacionamento há um tempo atrás e em uma dessas conversas de bar me disse que descobriu uma coisa ou outra sobre relacionamentos.

Descobriu que certos relacionamentos não servem para roteiro de filme, não rendem romance de novela, não sustentam um livro.

Descobriu que certos "amores", não são amores, mas sim dores-de-cotovelo. E que certas dores-de-cotovelo não passam de nostalgia.

quarta-feira, agosto 04, 2004

VISTA CANSADA

Você vê bem? Quando vê o mar, vê seus peixes, plantas e seres desconhecidos, ou apenas a superfície dele? Quantas pessoas você conhece como o mar?

Um dia qualquer em qualquer lugar. Olhavam-se. Conversavam com seus amigos. Aproximaram-se. Trocaram meia dúzia de palavras. A atração física impressiona. Tentaram falar mais um bocado. Beijaram-se. Estavam felizes.

Um tempo qualquer depois. Estavam juntos. Mal se olhavam. Mal se falavam. Mal se tocavam. Mal se beijavam. Apenas permaneciam. Inertes. Cada olhar para um lugar. Viam-se todos os dias, mas não se conheciam. Continuavam tão estranhos quanto naquele dia qualquer em qualquer lugar.

Após um tempo qualquer depois. Não viram com olhos de quem realmente vê. Não observaram. Não experimentaram. Não vasculharam. Não desvendaram. Não mais permanecem juntos. Não sabem nada um do outro. A falta, por vezes, ataca. Mas a falta é de um espectro, criado pela ilusão de ter visto. Vista cansada. Nunca chegaram nem perto de conhecer felicidade alguma. São apenas e tão-somente completos estranhos. Eram inteiramente iguais a cem outras pessoas. Nada compreenderam do que um dia qualquer alguém lhes disse. É... on ne connaît que les choses que l'on apprivoise*.


* frase da raposa no livro Le Petit Prince; traduz-se: "A gente só conhece bem as coisas que cativou".

sábado, julho 31, 2004

Como andar de bicicleta

Bar. Troca de olhares. Dúvida. Certeza. Palavras. Lábios. Bocas. Línguas. Troca de telefones. Satisfação.

Ele liga no dia seguinte. Não atendo. Espero que não tenha enjoado deste também, só pra variar. Liga de volta. Enquanto o telefone toca tenho certeza, enjoei mesmo. Merda. Atendo. Faço voz diferente. Digo que é engano. Desligo.

Tão simples, não? E eu que pensei que tinha esquecido como essas coisas funcionam... Mas aí é que está o cerne da questão: uma vez que você aprende, nunca esquece... Mas, será que eu aprendi certo?

quarta-feira, julho 28, 2004

Olimpíada de Choro

Com a aproximação das Olimpíadas sou lembrada de mais uma de minhas idiossincrasias, essa desconhecida para o mundo: quando se trata de esportes, me torno um bebê chorão.

O origem disto não sei e é alheio a minha vontade, mas fato é que me debulho chorando quando atletas - nem precisam ser brasileiros -estão recebendo medalhas, ou quando algum hino nacional toca. Passo horas na frente da TV chorando e já passei a mesma quantidade de horas tentando descobrir o porquê, mas sem nunca ter sucesso.

Então, enquanto não descubro o motivo, sigo chorando. Ás vezes faz bem.

quarta-feira, julho 21, 2004

DOR-DE-COTOVELO ou "THIS LOVE HAS TAKEN ITS TOLL ON ME"

[take its/their/a toll
If something takes its/their/a toll, it causes suffering, deaths or damage]

Já não ama mais. Ama. Já não espera mais. Vai atrás. Já não respira mais. Morre. Já não sente mais. Dorme. Já não quer mais. Deseja. Já não suspira mais. Chora. Já não vive mais. Sonha. Já não pensa mais. Age. Já não entorpece mais. Molesta. Já não se importa mais. Acontece. Já não perturba mais. Acalma. Já se foi mas não sabe. Amor mal-resolvido.

segunda-feira, julho 19, 2004

Wishlist

Conheci alguém novo hoje, que me fez sorrir, que me fez querer.

A TPM, que antes se alastrava por meus sentimentos feito câncer, foi embora.

Tornou-se concreto o plano de uma viagem a tanto aguardada. Agora, a espera se resume ao dia do embarque.

A balança me disse que emagreci alguns quilos. E alguém comentou que meus cabelos estão lindos.

Não mais tenho obsessões, nem encostos a se espreitar por sobre meus ombros.

Já não sou problemática, meus versos já não são mais tristes, já sei o porquê.

A música "I wanna be sedated" ("Twenty-twenty-twenty four hours to go I wanna be sedated Nothin' to do and no where to go-o-oh I wanna be sedated") não mais se aplica. Foi substituída por "No Feelings" ("I got no emotions for anybody else You better understand I'm in love with myself, myself My beautiful self").

E aí, é pedir demais?


quarta-feira, julho 14, 2004

Frases musicais sobre o amor apaixonado - Volume "Dor-de-cotovelo"

"All of the king's horses and all of the king's men couldn't pull my heart back together again. All of the physicians and mathematicians too, failed to stop my heart from breaking in two. 'Cos all I need is you, I just need you..." (The Humpty Dumpty Love Song – Travis)
"Todos os cavalos do rei e todos os seus homens não conseguiram juntar meu coração novamente. Todos os físicos e todos os matemáticos falharam em impedir que meu coração se quebrasse em dois. Por que tudo que eu preciso é você, eu só preciso de você."

"Are you thinking of me when you fuck her?" (You Oughta Know – Alanis Morissette)
"Você pensa em mim quando transa com ela?"

"You speak of my love like you have experienced love like mine before." (Uninvited – Alanis Morissette)
Você fala do meu amor como se tivesse vivido amor como o meu.

"Sucker love I always find, someone to bruise and leave behind." (Every you Every me – Placebo)
"Amor cretino eu sempre encontro, alguém para machucar e deixar para trás."

"Girls will always cry, guys will never admit they did." (Don’t tell me it’s over – Blink 182)
"Meninas sempre choram, meninos nunca irão admitir que o fizeram."

"I don't know what to do with myself. Movies only make me sad, parties make me feel as bad, 'cause I'm not with you." (I just don't Know what to Do with Myself - The White Stripes)
"Eu não sei o que fazer comigo. Filmes só me fazem triste, festas me fazer sentir tal qual, por que eu não estou com você."

"Why can't we be ourselves like we were yesterday?" (Bizarre Love Triangle – New Order)
"Por que não podemos ser como éramos ontem?"

segunda-feira, julho 12, 2004

Amor dos outros

Ama aquele amor de novela, aquele amor sobre o qual se fazem músicas. Ama tanto que já não mais escuta nem aconselha. Ama tanto que bebe, vomita, briga, não se importa. Ama tanto que agora é irracional. Já não respira sem sentir dor. Já não sorri, já não esquece. Tantas perguntas sem respostas! Ama tanto que já não cabe mais em seu próprio peito e acaba por inspirar corações vazios, assim como o meu, a escrever posts na madrugada.

E quanto a mim, continuo aqui esperando a minha vez de vomitar, brigar, não se importar. Ainda aguardo o meu amor de novela que não caberá no meu próprio peito. A mim, só resta emprestar um pouco da dor-de-cotovelo e do amor dos outros...

sábado, julho 10, 2004

Passado

Por que o passado insiste em ser presente? Por que exerce tamanha força para ficar? Por que nos sentimos tão ligados aos dias que passaram? Por que estes fazem questão de nos lembrar? Por que o passado nos parece tão perfeito? Por que o presente é tão frio e o passado tão quente? Por que estou aqui pensando no passado quando deveria estar em outro lugar fazendo o futuro?

*********************************

Devo dizer que odiei profundamente o texto que acabei de escrever, mas como nada de melhor vai sair daqui, resolvi publicar mesmo assim. O problema é que para eu poder escrever aqui devo estar passando por uma crise de dor-de-cotovelo ou de TPM. Como estas não vem todo dia (ainda bem) eu acabei comprando um bloquinho, destes de anotação, e quando a crise vem e eu me sinto tão prolífica, eu escrevo diversas frases e títulos nele e estes acabam virando posts. Como a minha última crise braba de dor-de-cotovelo se deu no início do mês passado, quando um certo encosto me visitou em sonho (uma coisa boa de ter um blog é que você acaba sabendo o dia exato destas coisas, aboli, inclusive, aquela tabelinha em que marcava o dia em que estava mestruada), a fonte secou e ainda estou no aguardo de nova recaída... Enquanto ela não vem, cuidado com as orelhas! (tá, bem poucas pessoas vão entender o que eu quero dizer com isso, é a famosa "piada interna"...)

quarta-feira, julho 07, 2004

Dias (insanos) de TPM - diga-se, "P" do francês "pendant"

Estou manhosa sim, carente, sou frágil, e daí? Gosto de sentir-me assim, às vezes. Gosto de sentir a fina linha que me separa do universo, de todos, do nada. Vontade de chorar. Chorar, não, gritar. Gritar não, espernear. Mas não há forças. Ah, sim, gritei. Ninguém ouviu. É que gritei aqui dentro, baixinho. Mas gritar baixinho não é grito. É sussurro. Então sussurei. Mas eu queria mesmo é gritar. Gritar não, chorar. Chorei. Mas chorei em meu pesadelo, dormindo. Chorar dormindo, sem lágrimas de verdade, não é chorar. Então sonhei. Quero amar. Amar, não, me apaixonar. Sentir aquele friozinho na barriga, aquele nervoso, aquela inquietação deliciosa. Mas meu coração está partido. Partido não, despedaçado. Despedaçado assim, com os pedacinhos emendados. Mas o que está emendado não está partido. Então não estou apaixonada. Mas e esse friozinho que estou sentindo? Ah, passou. E, se passou, não deve ser nada. De novo. Mais uma vez. Arrepios. Calafrios. Mas que diabos...? Ah, só podia ser! A janela. Escancarada.

segunda-feira, julho 05, 2004

Encerramento

Encerrei o semestre sem lágrimas nos olhos de saudade. Se alguma brotou, foi de alívio, porque para trás ficaram todos aqueles dias desinteressantes, todos aqueles sentimentos conflitantes, toda aquela decepção, todo aquele dramalhão mexicano.

Com uma sacola desci até a garagem no intuito de retirar tudo o que havia se acumulado dentro do meu carro durante o semestre. Muitos livros, roupas, CDs e lembranças depois, o porta-luvas, o porta-malas e o banco traseiro estão limpos, à espera de novos entulhos que hão de ocupar o lugar daquilo que no final joguei fora.

No encerramento do semestre, releguei ao passado o que se passou e fiz com que certas lembranças se esquecessem que para elas existiria futuro. Porém, inevitavelmente, estas perceberam, e assim ganharam passagem para o presente e a certeza de existência naquele mesmo futuro que quis que se fizesse perdido.

Mas, paciência. Pelo menos o primeiro semestre deste ano, tal qual aquelas novelas chatas, demorou, mas acabou...

sábado, julho 03, 2004

Ontem

Ontem foi um daqueles dias estranhos, tão típicos de Curitiba, daqueles em que não faz frio, nem calor e é possível ver pessoas usando cachecol e luva ao lado de outras de regata. Ontem foi um daqueles dias estranhos, daqueles em que ninguém parece estar certo sobre o que sentir.

Uma vez alguém me disse que tinha grandes idéias enquanto tomava banho. Eu, não. Eu tenho grandes idéias enquanto dirijo. Sempre que preciso pensar, pego o meu carro e dirijo de noite em alguma estrada.

Ontem, na volta para casa, percebi que precisava dirigir e assim o fiz. Era tarde da noite e pude experimentar aquela sensação que o acaso proporciona, naquele que não chega a ser um minuto, em que não há mais ninguém na estrada, nem nenhuma casa à vista e você fica ali, sozinha, na completa escuridão e lembrei que durante a maior parte deste semestre, tudo pareceu dar errado em tudo.

Mas ontem, um daqueles dias em que ninguém parece saber o que sentir, eu soube exatamente o que eu sentia: senti que eu sou, sim, feliz e que eu não deixaria que nada me fizesse pensar o contrário.

terça-feira, junho 29, 2004

As (in)verdades sobre o mundo feminino

Que a mulher é um ser complexo, todos nós já sabíamos. As divergências, entretanto, giram em torno da definição do que é complexo. Erra quem diz que é um somatório biológico de variações hormonais. Erra quem defende que é o excesso de sentimentalidade. Erra quem fala que é falta de racionalidade. Erra quem entende que é a possibilidade de gerar um outro ser. Erra quem acha que é indecifrável.
A complexidade do ser feminino é paradoxal. Erra quem não considera que cada mulher é única, e todas são uma ao mesmo tempo. Erra quem julga que é simples ser mulher, em um mundo que ainda é machista. Erra quem acha que só porque algumas mulheres são, outras deverão ser. Erra quem quer que a mulher não seja complexa nunca, mesmo sendo previsível às vezes. Erra quem acha que a TPM se cura com reações análogas, enquanto a chave está no encantamento. Erra quem supõe seja difícil conquistar uma mulher, sendo que a mulher apaixona-se ao menor gesto verdadeiro. Erra quem pensa que essa paixão não conhece limites, mesmo que ainda continue a existir. Erra quem tenta racionalizar o que é sentimental. Erra quem sentimentaliza o que deveria ser racional. Erra quem não se esforça para entender a mulher, mesmo que isso signifique não entender nada. Erra quem tenta definir o ser feminino, quando para ele não há definições. Erra quem acha que a mulher seria, ao invés de admitir que ela simplesmente é. Quem nunca cometeu um desses erros, erra. Quem acha que um dia irá entender a fundo isso tudo que escrevi sonolenta, ou é mentiroso ou é bicha.

sábado, junho 26, 2004

Decido.

Decido que não estou mau humorada, nem apática, nem chata. Estou de TPM. E mesmo se não estiver, está decido e ponto. E que ninguém me contrarie! Diante do exposto, condeno vocês leitores a ler novamente um escrito meu publicado há algum tempo.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Dias de TPM

Estou me sentindo feia. Feia e gorda... E burra...

Isso sem falar nos efeitos físicos: retenção de líquidos, peitos doloridos, espinhas...

Sinto uma vontade quase irresistível de chorar. Sem motivo, é claro. Sem causa também é a minha rebeldia, aparentemente.

O que? Rebelde sem causa? Mimada? Eu? Aí eu fico braba. Braba não, revoltada! E ao que parece, reacionária... Quem ele pensa que é? Quem eles pensam que são?

E quer saber? Não sou feia e gorda coisíssima nenhuma! Sou linda! Linda, gostosa e cheirosa!!! E quem não pensa assim, foda-se!!!

Ou melhor: eu não me importo... Não, eu me importo sim... Porque eu sou feia. Feia e gor...

quinta-feira, junho 24, 2004

Segunda-feira

Começo uma dieta segunda-feira (sim, porque segundas-feiras são os dias ideias para iniciar-se regimes). Tal dieta não consistirá de privações de ordem alimentícia, mas sim de ordem emocional. Não pensarei, não falarei, não quererei...

Segunda-feira esconderei qualquer CD meu que contenha músicas românticas, tal qual alguém que quer emagrecer esconde doces no fundo dos armários. Se ao ligar o rádio e por uma infelicidade estiver no ar uma destas músicas, que a partir daquele dia serão classificadas como detestáveis, mudo a estação na esperança de não pensar...

Ao escolher qual filme assistir no cinema, serei zelosa o suficiente para evitar romances de qualquer tipo, mesmo aqueles inseridos em dramas e filmes de terror, assim como quem começa uma dieta escolhe um restaurante cujos pratos se encaixem no plano elaborado pelo nutricionista. Assistirei, de preferência, só documentários, para que assim evite-se que eu fale...

Por fim, como medida desesperada, ficarei em casa nos finais de semana, com o rádio desligado e a TV sintonizada no jogo de futebol, até que algum jogador ofereça à sua amada o gol que acabou de fazer. Aí, mudarei de canal e passarei a assistir a um daqueles canais evangélicos na certeza absoluta que o que tenho é encosto e planejarei ir a uma daquelas sessões de descarrego para que não queira...

Porque a partir de segunda-feira serei dona de meus sentimentos.

E, a partir de segunda-feira, serei suficiente em mim mesma.

segunda-feira, junho 21, 2004

Assombração

Certos sentimentos têm endereço definido e certo: sete palmos abaixo da terra, no cemitério mais próximo. Contudo, emergem ocasionalmente de seus locais de repouso eterno para assombrar aqueles que ainda vivem deixando a impressão de que mortos nunca estiveram.

Duas semanas atrás um desses fantasmas levantou-se de seu túmulo e foi me visitar. Materializou-se em vívidos e reinterados sonhos e quando se foi, deixou não só olheiras provenientes da falta de sono, mas também confusão.

- Oi, meu nome é Melina e sonho com fantasmas. Faz uma semana que estou sóbria.

Sete contados dias sem ver ou sentir a presença de nenhuma assombração me fazem acreditar ser seguro dizer que meu fantasma voltou para o lugar de onde nunca deveria ter saído, aquele cuja localização todos nos esforçamos para esquecer, mas que toda lua cheia faz questão de nos lembrar.

quarta-feira, junho 16, 2004

Vida Louca Vida, Vida Breve

Viva! Viva de acordo com as suas regras, sejam elas aquelas consideradas "normais", sejam elas as suas próprias, que ninguém mais entende.

Viva bem, viva intensamente. Não tenha medo de morrer, "Se é pra sempre, não é pra você". Alguém que vive 30 anos pode viver mais que alguém que vive 100. Não faço aqui apologia ao imediatismo ou a uma vida regrada de sexo, drogas e rock'n'roll, faço sim apologia à experiência de viver no seu máximo, e se isso implicar pra você em imediatismo ou drogas, que seja. Afinal de contas: você vive pra que?

Faça o que você quer, não o que é mandado ou compelido. Como disse em posts anteriores, se tudo der errado no final, pelo menos você fez o queria...

Então, não fique aí sentado, com saudades de lugares que nunca visitou, pessoas que nunca conheceu, uma vida que nunca viveu. Não vale a pena. Apenas VIVA!

domingo, junho 13, 2004

Você tem medo do que?

A esta hora da manhã, depois de beber todas e mal conseguir colocar o negrito no texto acima, eu não tenho medo de nada.

Fiquei com medo por semanas e quando criei coragem pra fazer o que eu queria, não aconteceu nada de ruim, pelo contrário... E não pensem que era uma coisa graande, importante, era apenas uma idiossincrasia, de menor importância... Sei lá!

Então, escute o conselho desta cebolita bebâda que vos fala: NÃO TENHA MEDO e "faça o que tu queres pois é tudo da lei", foda-se o resto... Se tudo der errado, pelo menos você fez o que queria...

E VIVA A SOCIEDADE ALTERNATIVA!!!!

PS: A "noite das encalhadas" provou que nem todas somos tão encalhadas quanto pensamos, não meninas? Mas algumas continuam sendo... Mas não para sempre!!! Esperança é a última que morre... É o que dizem, anyway...

PS2: Uma música e uma frase cinematogra´fica do amor apaixonado (Thanks Lê): "Do you think of me, like I dream of you? / Do you wish you were here, like I wish I was with you? / You've loved me before, do you love me now?" (The Breeders, se eu não estou muito bebada... na verdade não sie como lembrei a minha senha do cebola roxa) e "If two people love each other, but they just can't seem to get it together, when do you get to that point of enough is enough?" (The Mexican)

PS3: Vou dormir, já bebi demais...

PS4: Que post sem pé nem cabeça...

sábado, junho 12, 2004

Fingi na Hora Rir

No meio da minha crise criativa, deixo vocês com esta música lindíssima do Los Hermanos, banda que recentemente descobri, que me parece apropriada tanto para o momento em que me encontro (não me refiro à crise criativa) quanto para a data que "alguns" comemoram hoje.

Hoje eu quis brincar de ter ciúme de você,
mas sem por que meu coração me avisou que não.
Fingi na hora rir.
Talvez por aqui estar tão longe de você pra te dizer...

Aquilo que eu temia aconteceu ou foi só ilusão...
Você manchou nós dois e desbotou a cor de um só coração
ou anda sozinha me esperando pra dizer coisas de amor?

Pois eu... eu só penso em você.
Já não sei mais por que em ti eu consigo encontrar
um caminho, um motivo, um lugar
pra eu poder repousar meu amor.

Quantas horas mais vão me bater até você chegar?
Aqui meu lar deixou de ser aquilo que um dia eu construí.
E eu fico sozinho, esperando pra trazer você pra mim.

Sofro por saber que não sou eu quem vai te convencer
que cada dia a mais é um a menos pro encontro acontecer.
Eu fico sozinho, esperando por você, meu bem-querer.

Pois eu... eu só penso em você.
Já não sei mais por que em ti eu consigo encontrar
um caminho, um motivo, um lugar
pra eu poder repousar meu amor.

Los Hermanos, do CD Bloco do Eu Sozinho

terça-feira, junho 08, 2004

Constatações

Foi descoberta a fonte da minha falta de inspiração pra escrever posts que se faz presente há algumas (boas) semanas: já não tenho mais dor-de-cotovelo, fato que em sim é muito bom, mas que para fins de palavras cósmicas e despretensiosas, constitui um entrave.

Meu primo Ernesto está em surto psicótico e, ao invés de aparecer de 28 em 28 dias, não tem mais hora para me visitar. Isto tem consequências desastrosas sobre a minha racionalidade, uma vez que não consigo mais entender - e "controlar" - os meus sentimentos, já que não sei mais quando estou com TPM.

Também sou chata. Chata para música, chata para comer, chata para beber. E enjôo fácil. Não me refiro aqui a minha gastrite nervosa, mas sim à facilidade com que enjôo de homem. A música para o momento é a Violet do Hole, que diz "When I get what I want, I never want it again" (quando consigo o que quero, não quero mais outra vez). Às vezes, como no presente caso, enjôo até mesmo antes de ter.

Confirmada também a minha (in)capacidade de dirigir. Sóbria, consegui bater no meio fio e furar o pneu do carro às 4 horas da manhã em uma região perigosa. Seria menos vergonhoso se estivesse bêbada.

Última constatação: este post virou o que eu nunca quis para o Cebola Roxa, um mural de avisos... Mas no momento, por culpa do Ernesto e da minha crise criativa, não me importo.

É, já passou da hora de acabar esse semestre...

sábado, junho 05, 2004

"I'm too sexy" Parte III

cont.

Cumpre ressaltar que constituo um verdadeiro imã para lésbicas, o que seria bom se esta fosse a minha opção sexual, mas o problema é que não é. A primeira cantada que recebi de uma mulher me chocou, o que é até compreensível, visto que tinha apenas 15 anos e me encontrava sozinha na Austrália. Muitas cantadas depois, nem ligo mais, só deixo claro que gosto de homem, muito embora vez ou outra uma não se convença e queira me agarrar mesmo assim, momento no qual tenho que procurar abrigo.

Não discorrerei aqui sobre os fantasmas dos natais passados que volta e meia aparecem para me assombrar...

Diante do exposto, pergunta-se: 1) Porque MEU DEUS eu não estou beijando ninguém? 2) Mais vale um pássaro na mão do que dois (no caso mais do que dois) voando?

Mas uma coisa é certa: "I'm too sexy for my shirt too sexy for my shirt/ So sexy it hurts/ And I'm too sexy for Milan too sexy for Milan/ New York and Japan"

Ah! And I'm too sexy for this blog... Mas somos todas, não meninas?

sexta-feira, junho 04, 2004

"I'm too sexy" Parte II

cont.

"D" é um feinho simpático, um amor. Com ele conversei por horas em um balcão de bar. Queria que eu fosse parte de seu projeto fotográfico, participação esta que eu, maldosamente, recusei. Mas tive meus motivos: fiquei assustada quando ele disse que até comeria a minha meia arrastão pink.

"E", também conhecido como "O Pistoleiro Italiano" é uma das pessoas mais sem noção com a qual já cruzei. Colega da aula de italiano, em um exercício em dupla escreveu: " Io ho una amica gentile, intelligente, interessante, bella, simpatica" (eu tenho uma amiga...). Quando advertido por mim que era para usar só um adjetivo por sujeito, me respondeu que estava apenas me elogiando. Recentemente, durante a prova oral (sem trocadilhos maldosos, per favore) que contra a minha vontade fiz com "E", cujo tema era o nosso dia a dia, ele atacou novamente. Na frente da sala inteira, quando eu acreditei que já havia acabado o teste, ele me pergunta o que eu fazia de noite. Fingi não entender, até que ele repetiu a pergunta tantas vezes que a professoressa se viu obrigada a me esclarecer que ele estava me cantando. Enfim, sem noção.

Chegamos agora na pessoa hipotética "X" (sim, ele de novo), que chegou a seguinte conclusão em um email que me escreveu: "Mas todos lhe querem... Sabe porque? Por sua figura amável, afável, macia, jeitosa, educada, bem-humorada, descontraída, perpiscaz...eles acabam achando que na sua pessoa está a saída para a falta de amor e compreensão que o mundo os submete...além do fato de que vc é descolada, bonita, um must !!!"

Até aqui tratamos do sexo masculino. Passemos agora para o sexo oposto.

...

quinta-feira, junho 03, 2004

"I'm too sexy" Parte I

Com falsa modéstia, lhes apresento a mais nova fase da minha vida, a fase "I'm too sexy". De repente, sem que eu nada tenha feito (leia-se corte de cabelo, regime, aumento dos seios, lipo, lifting...) o quadro se reverteu, fazendo com que o marasmo amoroso que antes se apresentava, sumisse, convertendo-se naquela música do grupo chamado Right Said Fred, que fez sucesso no começo dos anos 90, que diz: "I'm too sexy for my car too sexy for my car/ Too sexy by far / And I'm too sexy for my hat Too sexy for my hat what do you think about that" (Se eu traduzir, perde a graça...).

Um a um, os novos pretendentes foram aparecendo...

"A" é da faculdade e dono de um abraço gostoso. Aós trocar olhares furtivos nos corredores da faculdade por um tempo, começamos a nos falar, assim, meio que sem querer. É bonitinho, bem bonitinho, tem o estilo certo e até sustenta conversas interessantes.

"B" também é da faculdade e também trocou olhares furtivos, só que sozinho. Figura apavorante, usa sobretudos e carrega com si uma mala preta, daquelas de ginástica. Lembra o personagem de Michael Douglas no filme "Um Dia de Fúria" e parece a minha sombra, o que inspirou o apelido "Stalker" (do inglês que persegue). A mera menção à esta figura me causa arrepios.

"C" eu conheci em um de meus bares favoritos. Embora eu não tenha notado a sua presença, ele notou a minha. Após me olhar pateticamente a noite inteira e escutar uma conversa minha e de meus amigos sobre piercings, concluiu que eu deveria gostar de caras, digamos não ortodóxicos, e soltou a pérola: "Ai ai... Por ela, até piercing eu colocava". Ui.

Ao terminar o post, percebi que este ficara muito grande e que provavelmente as pessoas não iriam ler até o final, então o dividi em três partes. Além do mais, segura a audiência...

terça-feira, junho 01, 2004

Mulher Solteira Procura

Preciso de um abraço. Não de amiga, nem de mãe, mas um abraço. Assisti (de novo) "O Fabuloso Destino de Amèlie Poulin" hoje de tarde e fiquei carente. Carente e roxa. Roxa de inveja! Inveja sim. No final do filme eu queria que eles morressem infelizes para sempre.

Para piorar a carência, uma amiga minha me lembrou que o dia dos namorados se aproxima. Ou seja, último final de semana para achar um namorado: quem aparecer antes, leva.

Estou mentindo e eu sei disso. Imediatismo não vai resolver agora, vai piorar. Sei também que o Dia dos Namorados é uma data comercial, criada pelos arautos do capitalismo para ganhar mais dinheiro do que já têm e blá, blá, blá, mas nenhum de nós escapa imune a esta data, nem eu, que já deveria estar acostumada, 20 Dias do Namorados na minha vida, 20 Dias dos Namorados sem presentes (agora tô me fazendo de vítima desta sociedade que...).

Que adianta diversos pássaros voando se não tem nenhum na minha mão? Aguardem próximos posts.

domingo, maio 30, 2004

Merda!

Após começar - e descartar - três posts, decidi que era hora de desistir e ir dormir... Frustração... Já está até me dando vontade de chorar... Será que é a TPM fora de época rondando? Este estado de espírito não combina com o final de semana que eu tive... Enfim, merda! Quem sabe amanhã...

terça-feira, maio 25, 2004

QUAL O SEU TIPO DE HOMEM? - PARTE II

HOMEM HOMER SIMPSON
É o estereótipo do homem tosco e comum. Para ele a felicidade se resume a um copo de cerveja, um sofá, TV a cabo e rosquinhas. Possui uma personalidade do tipo inculta e medíocre, e é o retrato perfeito do “loser”. Se você ficou apaixonada por um tipo assim, minha filha, seja feliz, pois vocês se merecem. Afinal, a ignorância é a mãe de todos os coices. O lema deste tipo de homem é “Se algo é muito difícil, desista. A moral é, então, nunca tentar fazer nada”.

HOMEM DON JUAN
Vulgo “Ricardão”, é o amante por excelência e acha que pode envenenar todas as mulheres com seu charme e poder de sedução. É um dos tipos mais perigosos, podendo causar verdadeiros desastres sentimentais, com muito choro e melodrama. Empenha-se de forma inescrupulosa para ganhar o coração feminino, e quando o possui, perde o interesse e parte para a próxima conquista. No fundo, sofre de crises de amor-próprio, e o fato de pular de galho em galho o faz se sentir melhor consigo mesmo. Cura para este tipo, só se a cebola roxa der jeito. Seu lema é “Não há mulher alguma que não me inspire a amá-la”.

HOMEM JAMES BOND
Variação do tipo “Don Juan”, mas que, além de pular de galho em galho, pendura-se em vários ao mesmo tempo. É um infiel incorrigível, que utiliza as técnicas mais mirabolantes e inovadoras para conseguir mais uma para sua coleção de troféus. É tão charmoso e tão sedutor, que, se você estiver um pouco carente, pode ser presa fácil. E patética. Se não quiser se machucar, é melhor ficar longe dele. Esse nem cebola roxa resolve. Se servir de consolação, esse tipo freqüentemente sofre de complexo de bicha enrustida. Seu lema é “Acho que ainda não tive o prazer”.

HOMEM INDIANA JONES
Sempre pronto para uma aventura, ou várias ao mesmo tempo. Uma mistura de James Bond e de Rhett Butler, que possui ideais nobres, mas não perdoa quando tem alguma donzela dando sopa. É másculo, inteligente, mas não está disposto a ter compromissos sérios. Quer mesmo é desbravar o mundo e viver na superficialidade dos relacionamentos passageiros. Se você não fizer o tipo aventureira tolerante, esqueça esse homem. Seu lema é “Não fique sentimental agora. Guarde para quando eu realmente estiver longe daqui”.

HOMEM FORREST GUMP
Frágil, sincero e inocente, apaixona-se com facilidade, demonstrando tanta dedicação ao ser amado que a única explicação para esse comportamento é que tenha parafusos a menos. É uma variação do “Edward Mãos de Tesoura”, mas que, de tempos em tempos, sofre de crises de rejeição e se isola em seu mundo próprio, correndo estrada afora. Normalmente se sente atraído por mulheres fortes, por vezes insensíveis, que apesar de se compadecerem de seu amor incondicional, não o levam tão a sério, e raramente o assumem. Seu lema é “Mulheres são como caixas de bombons, você nunca sabe o que vai encontrar”.
QUAL O SEU TIPO DE HOMEM? - PARTE I

HOMEM RHETT BUTLER
É o homem à moda antiga, e o homem dos meus sonhos. Atualmente em extinção, esse tipo é cheio de personalidade e sabe exatamente o que quer e como fazer para consegui-lo. Galanteador, sabe como ninguém deixar uma mulher totalmente apaixonada. Forte e impetuoso, ora domina, ora mostra ser frágil e apaixonado. É inteligente, confiante, gentil, franco, persistente, possui gosto refinado, sabe ser forte e decidido quando precisa e delicado quando necessário. Possui um forte senso de justiça e odeia a hipocrisia. Luta pelo que acredita pacientemente, mas pode desistir de tudo para reconquistar tudo novamente. Além de ser um verdadeiro gentleman, é o único homem capaz de dominar a mulher do tipo Scarlett O’Hara. Seu lema é “Você deve ser beijada freqüentemente e por alguém que saiba como fazê-lo”.

HOMEM TYLER DURDEN
Esse é o tipo considera a mulher como um objeto. Faz de tudo pra te levar pra cama, te usar, e segundos depois, nem se dá conta da sua existência. Tem uma incrível capacidade de ser cara-de-pau, indiferente, grosso, violento, um verdadeiro filho da puta. Conversa com ele, nem pensar. É normalmente de físico avantajado, boca-suja e ininteligível. Tem “insights” admiráveis sobre a complexidade da vida, mas não dá a mínima para ela, nem para quem a tem. O pior de tudo, é que quase sempre esse tipo é um gostoso, e você não consegue se livrar dele tão fácil. É o preço que você paga por ter preferido o imediatismo. Se não acabar com o seu coração, acaba te matando mesmo. Seu lema é “Auto-ajuda é masturbação. Auto-destruição é a resposta.” Sua conclusão mais brilhante para a afirmação de que tudo é relativo é a seguinte: “Em uma linha de tempo longa o suficiente, a expectativa de sobrevivência de cada relacionamento cai para zero”.

HOMEM ARANHA
Possui um amor tão grande e tamanha dedicação à sua amada, que usa isso como desculpa para nunca ficar com ela ou assumi-la de vez. Não se sabe ao certo se tem medo de admitir que é um apaixonado esperançoso, ou um covarde sentimental. É uma variação do “Joselito Cagão” (vide post da _Me_), só que nunca conseguiu declarar seus sentimentos verdadeiros, nem ficar com a mocinha sem precisar utilizar disfarces para isso. Esse tipo nunca vai ficar com você, por mais que a ame. Esqueça-se dele e case com um rico bonitão, que seja fraco e dominável, e que satisfaça todas as suas vontades. Seu lema é “Grandes amores trazem grandes responsabilidades”.

HOMEM DARTH VADER
Inicialmente dá a impressão de ser o homem mais apaixonado do mundo, e diz-se capaz de lutar até a morte por seu amor. Sua fraqueza é se corromper pelo lado negro da Força, deixando tudo em segundo plano, inclusive sua própria identidade. Esconde-se atrás de uma máscara negra que o impede de sentir qualquer coisa que seja. Seu lema é “Tudo é insignificante perto do poder da Força”. Inclusive você.

HOMEM EDWARD MÃOS-DE-TESOURA
Este é o estereótipo do homem capacho. Fica tão patético e apaixonado que é capaz de fazer qualquer coisa para agradar a sua amada. Sofre de crises de ciúmes e de raiva, pois se julga ignorado, imperfeito e inadequado. É um tipo muito depressivo, que necessita cuidados constantes, muitas palavras de encorajamento e massagens de ego. Uma verdadeira mala-sem-alça. Seu lema é “Não posso abraçá-la, pois tenho medo de machucá-la, mas posso lhe fazer uma escultura de gelo se quiser”.

segunda-feira, maio 24, 2004

Mulher à Beira de um Ataque de Nervos

Sempre foi frisado por nós do Cebola Roxa os efeitos que os hormônios exercem em nós mulheres. Porém, cheguei a conclusão que não precisamos de hormônios para apresentar comportamentos estranhos, que não podem ser explicados pelo período do mês em que nos encontramos. Talvez a louca seja eu...

Para fins de explicar minha pseudo-teoria, transcrevo integralmente alguns emails trocados por mim e pela pessoa hipotética "X", nenhum dos dois sob efeito de hormônios, tais quais aqueles presentes na TPM, já que eu não estava com meu primo Ernesto em casa e ele é um homem... Se bem que pode-se argumentar que sempre estamos sob efeitos de hormônios, e...

De _Me_ para "X", 17/05/2004 às 11:04 hrs

"Áries é signo de que? Água, fogo? Deve ter essa história de mudança de humor também... Hoje, por exemplo, estou meio mau humorada... Deve ser porque tive que acordar cedo e o professor deu presença coletiva... E o Cebola Roxa está indo bem! Vou indo porque estou muito mau humorada para escrever mais... Bjs, Mê"

De _Me_ para "X", 17/05/2004 às 23:41 hrs

"Não estou mais mau humorada! Sabe porque? Por que eu tirei 10 em Civil!!! Mas este estado já está se esmorecendo, já que o alarme do carro de algum idiota está tocando faz mais de meia hora... Daqui a pouco eu vou dar um motivo para este alarme estúpido tocar... Bjs, "

Resposta de "X" para _Me_, 18/05/2004 às 13:46

"Vamos, seja sincera, vc está de TPM? Não é isso?Se vc pudesse reler os e-mails que me mandou, daria risada de si mesma!!! Veja...ontem vc mandou um e-mail justificando o seu mau-humor. Aí hj vc me mandou um e-mail dizendo que estava bem, afinal, 10 em Civil (Ô mulher que não estuda NAAAAAAAAAADA e se dá bem viu? Puta que Pariu...isso deve ser determinismo, darwinismo, sei lá). Aí, vc termina dizendo que ia quebrar o carro do sujeito!!! Há alguma lógica? Não né? Concluo portanto que vc está hormonalmente alterada e temo por minha vida caso algum ato meu te contrarie...estou certo? (...)"

E então Doutor? Tem cura ou vai ter que sacrificar?

quarta-feira, maio 19, 2004

Da Figura do "Cagão"

Ofício nº 325/2004

MM Juiz:
Comunico a Vossa Excelência que foi preso em flagrante nesta data Joselito Cagão, pela prática, em tese, de não cagar, nem sair da moita, conforme consta na Nota de Culpa expedida (cópias em anexo).
Outrossim, informo que o mesmo encontra-se recolhido nesta Cadeia Pública à disposição da Justiça.

AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO

As 03:00 horas do dia dezenove de maio do ano de dois mil e quatro, nesta cidade de Curitiba, Estado do Paraná, onde presente se encontrava a Dra. LETi, Delegada de Polícia, bem como eu _Me_, escrivã de Polícia que ao final subscrevo, aí compareceram *Fer* e Déia, na qualidade de Condutora e Primeira Testemunha e Segunda Testemunha, conduzindo a pessoa de Joselito Cagão, em razão da prática do crime de não cagar, nem sair da moita, previsto no artigo 806 do Código Penal, fato este ocorrido às 02:30 horas do dia 19/05/2004 nesta Capital. Efetuada a apresentação do preso, a Autoridade Policial cientificou-lhe de seus direitos garantidos pela Constituição Federal em seu artigo 5º e seguintes. Ciente de seus direitos, o preso disse não possuir advogado e pediu que avisasse a sua mamãe que estava preso. Após, tomadas as providências para que as testemunhas não pudessem ouvir os depoimentos umas das outras, passou a Autoridade a inquiri-las da seguinte maneira: CONDUTORA E PRIMEIRA TESTEMUNHA: *Fer*, cebolita lotada nesta Delegacia, compromissada na forma da lei, disse nada. A respeito dos fatos ora investigados respondeu o seguinte: Que respondendo a uma chamada anônima, a depoente e a segunda testemunha se encaminharam ao endereço indicado, porque se suspeitava que estava em andamento o crime de não cagar, nem sair da moita. Que quando adentraram ao local, o ora autuado encontrava-se sussurrando palavras na orelha da vítima, para depois não fazer nada. Que segundo relatos dos presentes, o acusado se portou desta maneira a noite inteira, dando falsas esperanças à vítima, motivos que levaram a depoente a dar voz de prisão e o encaminhar para as providências cabíveis. Nada mais. SEGUNDA TESTEMUNHA: Déia, cebolita ainda lotada nesta Delegacia, compromissada na forma da lei, disse nada, até porque nunca diz nada aqui. A respeito dos fatos ora investigados, respondeu o seguinte: que presenciou o comportamento inadequado do ora acusado em relação á vítima e que também presenciou quando a condutora deu voz de prisão ao acusado. Nada mais. Encerrados os depoimentos das testemunhas, passou a Autoridade a interrogar o CONDUZIDO. Perguntado sobre as circunstâncias da sua prisão e das imputações que lhes são feitas, optou por falar somente em juízo, dada a sua natureza de Cagão e esclareceu somente que, por medo, não caga, nem sai da moita da vítima há algum tempo já e que não sabe precisar por quanto tempo pretendia continuar com tal prática delituosa. Nada mais. Em seguida, mandou a Autoridade Policial que encerrasse este auto. Lido e achado conforme, vai devidamente assinado pela Autoridade Policial, pelo condutor, pela testemunha, pelo conduzido e por mim, _Me_, escrivã que digitei e subscrevi. Nada mais.

segunda-feira, maio 17, 2004

Dramalhão Mexicano

Todas somos melodramáticas. O melodrama deve ser intríseco às mulheres, deve estar gravado em nosso DNA e eu, neste caso, não fujo à regra. É claro que melodrama em doses altas, altíssimas, como as vistas em meu último post, "Abaixo o Amor" não fazem parte do meu dia-a-dia, mas em minha defesa, meu primo Ernesto aportou em minha casa poucos dias após a publicação, cerca de 10 (dez) dias antes do combinado, caracterizando, portanto, a atenuante da Tensão Pré-Menstrual.

Não que eu não acredite no que escrevi, pelo contrário, mas algumas coisas mudaram desde que escrevi o tal post. Na verdade, quase que minutos depois: eu consegui chorar. Lágrimas não escorreram pelo meu rosto porque tive que segurá-las, dado o local onde eu me encontrava, mas chorei sim, mesmo não querendo. Chorei de puro desespero ao perceber, de verdade, que o que eu era não representava nada além da "imbecil essencial em recesso provisório". Porque isso aqui é apenas blá blá blá, o papel aceita tudo. Outra coisa é saber, sentir, no fundo do estômago, que se é patética.

Pelo menos não estou sozinha, tenho como companheiro o resto do mundo. Percebi que somos todos patéticos, quer admitamos ou não. Somos patéticos ao terminar um relacionamento, ou ao começar um, até mesmo durante. Somos patéticos para assegurar o imediatismo nosso de cada dia ou quando dizemos querer ficar sozinhos. Vai dizer que não? E porque isso deve ser algo ruim? Aquele que não for patético, que atire a primeira pedra...

Epílogo

Eu nem gostei deste post. Mas também eu nunca gosto de nenhum que eu escrevo. E no futuro, para evitar ser incompreendida (impossível), tomarei mais cuidado ao escrever em primeira pessoa.

sexta-feira, maio 14, 2004

Frases cinematográficas sobre o amor apaixonado - Volume 2

"I hate the way you're always right. I hate it when you lie. I hate it when you make me laugh -- Even worse when you make me cry. I hate it when you're not around, and the fact that you didn't call. But mostly I hate the way I don't hate you -- Not even close, not even a little bit, not even at all." (10 Things I Hate about You)
Odeio como você sempre está certo. Odeio quando você mente. Odeio quando você me faz rir -- pior ainda quando me faz chorar. Odeio quando você não está por perto, e o fato de não ter me ligado. Mas acima de tudo, odeio como não te odeio – nem de perto, nem um pouquinho, nem de forma alguma. (10 Coisas que Odeio em Você)

"If two people love each other, but they just can't seem to get it together, when do you get to that point of enough is enough?" (The Mexican)
Se duas pessoas se amam, mas não conseguem ficar juntas, quando se chega àquele ponto onde já é o bastante? (A Mexicana)

"No, I don't think I will kiss you, although you need kissing, badly." (Gone with the wind)
Não, acho que não vou te beijar, embora você precise de um beijo, desesperadamente. (E o vento levou)

"Why don't you love me, Jenny? I'm not a smart man, but I know what love is." (Forrest Gump)
Por que você não me ama, Jenny? Não sou um homem esperto, mas sei o que o amor é. (Forrest Gump)

"I wish I didn't love you so much." (Casablanca)
Gostaria de não amar você tanto assim. (Casablanca)

"When you develop an infatuation for someone, you always find a reason to believe that this is exactly the person for you. And it doesn't need to be a good reason..." (The Beach)
Quando se apaixona por alguém, você sempre acha uma razão para acreditar que esta é a pessoa certa pra você. E não precisa ser uma boa razão... (A Praia)

terça-feira, maio 11, 2004

Abaixo o Amor

Não quero amor, quero paixão. Daquelas avassaladoras e fugazes, cuja duração não é contada em meses ou semanas, mas sim em dias ou talvez horas. Quero escolher sem ser escolhida, ser amada sem amar em retorno. Quero sexo por sexo, sem compromisso. Quero alguém para usar e um ego para machucar.

Perdi a capacidade física de chorar. Fazem dois meses desde que a última lágrima escorreu pelo meu rosto. Não que eu não queira chorar. Há dias em que não quero mais nada a não ser chorar, com vontade. Seria bom se a dor que sinto se materializasse em uma gota d'água e rolasse para fora de mim, só para que eu pudesse observá-la secar, na esperança de que junto com ela, secasse também a minha dor.

Mas fui privada desse prazer. E estou decepcionada comigo mesma. Odeio a pessoa em que me transformei. Sempre me considerei uma pessoa forte, mas hoje sei que não sou. Sou fraca, tão fraca quanto qualquer "ex-apaixonada/o". Agora só me resta conviver com o fato de que o que fui até agora era apenas a imbecil essencial em recesso provisório e que sou sim aquela adolescente (ver post do dia 22 de Março) e aceitar essa nova condição. Já era sem tempo...

Pergunto-me se algum dia alguém superou de verdade uma dor-de-cotovelo... Eu acho que não...

domingo, maio 09, 2004

Amarelo Manga

Singela homenagem ao cinema brasileiro, na onda de frases de músicas e de filmes aqui no Cebola Roxa. Amarelo Manga foi dirigido por Cláudio Assis, com roteiro de Hilton Lacerda.

A vida é amarela. Cor amarela hepática. Ô vidinha mais ou menos! Ás vezes eu fico imaginando de que forma as coisas acontecem. Primeiro vem um dia. Tudo acontece naquele dia. Até chegar a noite, que é a melhor parte. Mas logo depois vem o dia outra vez e vai, vai, vai e é sem parar. A única coisa que não tem mudado é eu não ter encontrado alguém que me mereça...

E eu que era mais uma mulher morta por dentro, nesse mundo que só tem fantasma vivo. Todos recobertos de pudores, sem perceber que o pudor é a forma mais inteligente da perversão.

O ser humano é estômago e sexo. E tem diante de si uma condenação: terá de ser obrigatoriamente livre, pois ele mata e se mata com medo de viver. Estamos todos condenados. Eternamente condenados. Condenados a ser livres.

Será? Estou cansada de gente doida... Parece que a única pessoa boa do juízo aqui sou eu.

Eu chorando? É claro que não! É a cebola! É a po**a da cebola! Realmente só se ama errado... E eu também quero que todo vá tomar no c*!

quarta-feira, maio 05, 2004

Frases cinematográficas sobre o amor apaixonado - Volume 1

"It's because I like you, I don't want to be with you. It's a complicated emotion." (Finding Nemo)
É porque gosto de você que não quero ficar com você. É um sentimento complicado. (Procurando Nemo)

"Everybody loves me, and I intend to keep it that way." (Cruel Intentions)
Todos me amam, e pretendo manter isto assim. (Segundas Intenções)

"The only thing about romance is that people only get together right at the very end." (Love Actually)
A única coisa sobre o romance é que as pessoas só ficam juntas no final. (Simplesmente Amor)

"You fuck me, then snub me. You love me, you hate me. You show me a sensitive side, then you turn into a total asshole. Is this a pretty accurate description of our relationship, Tyler?" (Fight Club)
Você me come, e depois me ignora. Você me ama, você me odeia. Você me mostra um lado sensível, daí se transforma em um total filho da p*. Essa é uma descrição boa o suficiente da nossa relação, Tyler? (Clube da Luta)

"Look, you're really cute, but I can't understand what you're saying." (Finding Nemo)
Olha, você é uma gracinha, mas não consigo entender o você que está dizendo. (Procurando Nemo)

domingo, maio 02, 2004

Da Dor-de-Cotolovelo das "Ex-apaixonadas" Parte II

Tem dias que te amo. Tem dias que te odeio. Tem dias que eu amo que te odeio, tem dias que eu odeio que te amo. Tem dias que eu tento esquecer, mas todo dia eu lembro. E todo dia dói um pouco. Por que as opções não podem ser só preto e branco? Por que tamanha variedade de cinzas insiste em existir?

sábado, maio 01, 2004

Necessidades

Esqueci o celular em casa ontem. Saí correndo depois da aula para casa. Para quê? Para chegar em casa e descobrir que ninguém tinha ligado. Nenhuma mensagem de voz ou de texto.

Não conseguia acessar meu e-mail semana passada. Fiquei louca. E se alguém tivesse me escrito? Horas (ansiosas) depois, o site voltou ao ar. Não, fora as mensagens publicitárias, nenhuma mensagem nova.

No fundo eu sabia que não haveria nenhuma chamada não atendida nem nenhum e-mail novo. Mas assim mesmo, dada a qualidade antagônica inerente à condição de ser mulher (como diria uma amiga minha), eu PRECISAVA ver. Será?

Frase sábia do Clube da Luta: Things you own, end up owning you. (As coisas que você possui, acabam possuindo você).

quarta-feira, abril 28, 2004

Me leve a mal

Você não me encontrou lá por acaso. Até porque eu não estava lá por acaso. Também não lancei aquele olhar por acaso. Nem dancei por acaso.

"São coisas da vida"? Não. Tudo é planejado. Todos nós temos uma segunda intenção. Eu esbarrei com você na biblioteca com segundas intenções, assim como foram elas que me impulsionaram a vestir o que eu estava vestindo. E eu não fui dar só uma passadinha naquela festa, nem tinha outro lugar no qual eu deveria estar...

Como é interessante ver como as pessoas não permitem que as outras vejam o que realmente querem. Acredito que isso talvez seja imposto pelas regrinhas que todos nós seguimos para conviver em sociedade.

Muito embora sejam necessárias, estas regras às vezes nos "obrigam" a assumir atitudes hipócritas, que acabam por surtir o efeito contrário e dificultam esta mesma vida em sociedade.

Ou talvez as regras não as sejam culpadas. Talvez o nosso incansável "Complexo de Cinderela" é quem deva assumir a culpa. Quem não sonhou, não só com o príncipe encantado, mas também com todas as adversidades pelas quais o casal teria que passar antes do "Felizes para sempre"?

Quem sabe esta "dança" que todos nós fazemos seja divertida e este seja o motivo pelo qual dançamos...

Então, quando indiretas são na verdade diretas, por favor me entenda mal, me interprete mal, me leve a mal...

"Don´t waste your time on me, you´re already the voice inside my head
I miss you, miss you"

sexta-feira, abril 23, 2004

9.49 Psicose, que nada

Gosto horrível de fome na boca. Antibiótico vai, antibiótico vem, dor de cabeça, ouvido estourando, garganta fechada, dificuldade para respirar, engolir nem pensar, falar ainda menos, amígdalas derretidas, e aquela febrezinha básica de dar arrepios. Para ajudar, início do sangramento menstrual com fluxo ininterrupto de quatro a sete dias, seguido de dismenorréia primária (cólica) e alterações de humor repentinas. Para auxiliar a dor, antiinflamatórios, leite aquecido com ovomaltine e Tylenol 750mg a cada oito horas. Os minutos do relógio não passam, assim como a dor e a vontade irracional de comer algo que se mastigue. Mal-estar generalizado, dores musculares, sensação de fraqueza, sensibilidade exacerbada, sonolência e um desejo incontrolável de desaparecer.
Tudo isso desmoronou ontem, às 9 e 49, quando chegaram em minhas mãos a mais linda rosa e um gentil cartão com carinhosas palavras de um certo cavalheiro, que me fizeram esquecer toda a dor, todo o mal-estar, toda a sensação de impotência causada por uma infeliz crise de amigdalite crônica... A dor nunca foi tão doce, nem a vida tão bela...

terça-feira, abril 20, 2004

Beautiful Day

Acordei com o espírito renovado!!! Então, para contrabalançar a música de ontem (sem entrar no mérito de qual banda é melhor, porque se esse fosse o críterio, quem me conhece sabe que eu escolheria Ramones...), hoje eu vou transcrever trechos de uma música do U2, "Beautiful Day":

"You thought you'd found a friend
To take you out of this place
Someone you could lend a hand
In return for grace

It's a beautiful day
Sky falls, you feel like
It's a beautiful day
Don't let it get away

You love this town
Even if that doesn't ring true
You've been all over
And it's been all over you

It's a beautiful day
Don't let it get away
It's a beautiful day

Touch me
Take me to that other place
Teach me
I know I'm not a hopeless case

What you don't have you don't need it now
What you don't know you can feel it somehow
What you don't have you don't need it now
Don't need it now
Was a beautiful day
"

segunda-feira, abril 19, 2004

Ba-ba-bamp-ba ba-ba-ba-bamp-ba I wanna be sedated

Preciso de férias de tudo o que insiste em passar pela minha cabeça. Como seria bom abstrair-me ... Fugir... Não ter coragem de aceitar tudo o que penso... Ou seria esse escapismo corajoso? Eu até escreveria "maldita TPM", e não estaria sendo hipócrita, mas resolvi parar de relativizar meus sentimentos e de arranjar desculpas, enfim, assumi a posição.

Não quero admitir, mas a idéia de que a ignorância é uma benção, às vezes me parece atraente...

E antes que hajam mal-entendidos, esclareço que a escolha da música do Ramones como título nada tem a ver com drogas, mas sim com tudo o que eu tentei expressar aqui, com a vontade de estar sedada e não ter que lidar com a vida, em nenhum aspecto. Até parece angústia adolescente...

"Twenty-twenty-twenty four hours to go I wanna be sedated
Nothin' to do and no where to go-o-oh I wanna be sedated"

quinta-feira, abril 15, 2004

Dias de TPM

Estou me sentindo feia. Feia e gorda... E burra...

Isso sem falar nos efeitos físicos: retenção de líquidos, peitos doloridos, espinhas...

Sinto uma vontade quase irresistível de chorar. Sem motivo, é claro. Sem causa também é a minha rebeldia, aparentemente.

O que? Rebelde sem causa? Mimada? Eu? Aí eu fico braba. Braba não, revoltada! E ao que parece, reacionária... Quem ele pensa que é? Quem eles pensam que são?

E quer saber? Não sou feia e gorda coisíssima nenhuma! Sou linda! Linda, gostosa e cheirosa!!! E quem não pensa assim, foda-se!!!

Ou melhor: eu não me importo... Não, me importo sim... Porque eu sou feia. Feia e gor...

domingo, abril 11, 2004

...

Não, gente, ainda não é mais um post sobre imediatismo...

Mas, assim como o anterior, poderia ser sobre falta de inspiração... É. Vai ser sobre falta de inspiração...

Porém, acho que seria melhor falar sobre algo inerente às mulheres, dado o subtítulo do blogger...

Não. Não tô com vontade de escrever coisinhas de mulher hoje...

Pensando bem, prefiro escrever sobre indecisão... Ou não... Quer algo mais feminino que isso? ...

terça-feira, abril 06, 2004

Nem Freud Explica

Este post poderia ser sobre inspiração, ou a falta dela mais precisamente. Ou, quem sabe, sobre quando mesmo a sua vida sendo cheia, às vezes pode parecer vazia. Poderia ainda se escrever mais sobre o imediatismo, assunto até de uma pesquisa minha, tanto teórica, quanto empírica.

Mas não. Este post será sobre o quão efêmeros são os sentimentos femininos quando estamos menstruadas.

Na pesquisa sobre o imediatismo (que vai render pelo menos mais um post, afinal, eu li bastante sobre o assunto. Para aqueles ansiosos, a LETi escreveu sobre no blogger pessoal dela), me deparei com algumas teorias de Freud quanto ao que nos faria feliz. Para ele, é tão difícil para o homem ser feliz devido a três fontes de sentimento: o poder superior da natureza - nunca a dominaremos por completo; a fragilidade de nossos corpos; e a inadequação das regras que procuram ajustar os relacionamentos mútuos. Para este post, consideremos somente a primeira fonte, qual seja, o poder superior da natureza.

Quando eu li pela primeira vez esse texto de Freud ("O Mal Estar na Civilização") eu não percebi que talvez ele, ao falar que nunca dominaremos a natureza por completo, poderia estar se referindo aos nossos hormônios (olha eu aqui, "interpretando" Freud...).

É engraçado analisar o que pensei e senti quando estava menstruada. Até porque não estou no momento. Então, para fins meramente ilustrativos, transcrevo aqui trechos de um bilhete que eu achei no meio dos meus textos. Foi escrito há umas duas semanas e teve como "autoras" três amigas, devidamente menstruadas à época.

"Estou fisicamente e psicologicamente mal. Acordei assim e assim fiquei o dia inteiro."

"A propósito... Se te consola... Não é só você que está menstruada"

"Acabei de ver ele. Não que tenha feito alguma diferença, já que o status quo era ruim..."

"Olha eu me transformando em clichê novamente."

"Eu não quero ver ele. Não quero ver porque ainda gosto e se ele quiser, eu volto. Arght!"

"Conheço isso... Essa falta de amor próprio!!! Já disse: cebola roxa e muito colo!!! É ruim, machuca, mas o tempo cura"

" Fique feliz e pense uma coisa... Quanto mais triste você ficar agora, maior será o frisson quando um novo 'corpo' aparecer para te 'abraçar'. Ai ai."

"Sei lá! É a única resposta para qualquer pergunta que você me fizer agora..."

Não poderiam ser mais distantes da realidade... Até a próxima revolução (ou seja, se o ciclo for regular, daqui a aproximadamente duas semanas...)

sexta-feira, abril 02, 2004

Da Dor-de-Cotovelo das "Ex-apaixonadas"

Dúvidas, muitas dúvidas. Nenhuma reposta que satisfaça o ansioso coração. A sensação de vazio nervoso, de náusea repulsiva, de inquietação incessante, já não fazem mais parte dos minutos que insistem em passar. Não são mais desculpa para o mal-estar diário. Restou apenas uma falta que faz sem nenhuma explicação, que enche de perguntas o coração solitário. O que devo fazer agora? Espero, ajo, pergunto, finjo, falo, tento entender, esqueço... tantas opções e nenhum ânimo senão aquele que se fixa na verdade oculta. O amor ainda existe.
Será?

sexta-feira, março 26, 2004

Antes Só do que Mal Acompanhada?

Um professor meu disse que a sociedade atual é regida pelo imediatismo, a busca pelo prazer imediato, de tal sorte que as pessoas, ao buscarem relacionamentos rápidos e sem comprimisso, acabam se afastando das outras. Como consequência, quando se vêem em um relacionamento teoricamente sólido, têm dificuldade em lidar com os defeitos do outro e acabam por terminá-lo. Isso me sugere que deveríamos tentar, a todo custo, estar com alguém.

Mas não seria isso um imediatismo? Não seria esse o problema? Porque não somos suficientes por nós mesmos? Porque temos que nos agarrar em outra pessoa, como se fosse uma muleta? Talvez algumas pessoas se vejam presas a relacionamentos não tão bons pelo simples fato de não conseguirem ficar sozinhas, ou pela satisfação moral de falar que não estão solteiras.

Por outro lado, uma mulher que está chegando aos seus 40 anos e é solteira me disse uma vez que sempre foi independente e procurou não se apegar a ninguém para não perder essa independência, que tinha sua carreira. Me questionou depois onde isso a tinha levado... E eu não soube responder... Me disse que se sentia muito sozinha...

Conversando com a LETi, surgiu a idéia de que uma pessoa só conseguiria se relacionar bem com outra, a partir do momento em que conseguisse estar sozinha e bem consigo mesma. Acredito ser esta a idéia mais sensata, mas estar sozinha e bem comigo mesma não me garantiu um relacionamento sólido...

E agora, José? Antes só do que mal acompanhada? Pensemos sobre...

quinta-feira, março 25, 2004

AS VÁRIAS FASES DE TODA MULHER NOSSA DE CADA DIA

Da Paixão

"Tinha suspirado
Tinha beijado o papel devotamente
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades
E o seu orgulho dilatado em seu calor amoroso que saía delas
Como um corpo ressequido que se estira num banho tépido
Sentia um acréscimo do estímulo por si mesma
E parecia-lhe que entrava enfim uma existência superiormente interessante
Onde cada hora tinha o seu intuito diferente
Cada passo conduzia um êxtase
E a alma se cobria de um luxo radioso de sensações"
(Amor I love You - Marisa Monte)

Da Desilusão

"Rasgue as minhas cartas e não me procure mais
Assim será melhor, meu bem
O retrato que eu te dei, se ainda tens não sei
Mas se tiver devolva-me
deixe-me sozinho porque assim eu viverei em paz"
(Devolva-me - Adriana Calcanhoto)

Da Esperança

"Fiquei em casa a espera de nada
Nenhuma visita, nenhuma chamada
Ninguém com seu nome, nem sua feição
Nenhuma esperança, nenhuma canção
O mundo assim parece tão imenso
E eu continuo vivendo em vão"
(Eu só penso em você - Kid Abelha)

Da Dor-de-Cotovelo

"Quero chorar porque te amei demais
Quero morrer porque me deste a vida
Oh, meu amor, será que nunca hei de ter paz
Será que tudo que há em mim
Só quer sentir saudade
E já nem sei o que vai ser de mim
Tudo me diz que amar será meu fim
Que desespero traz o amor!
Eu nem sabia o que era o amor
Agora sei porque não sou feliz"
(Vinícius de Moraes - Canção do Amor Demais)

Do Deixe Estar Jacaré, A Lagoa Vai Secar

"Quando eu mais precisei
nunca mais eu vi você
foi difícil esquecer
tanto faz, nem pensei
só o tempo irá dizer
não tem como entender
hoje eu tenho que esperar
mas meu dia vai chegar...
o mundo dá voltas!!!"
(O mundo dá voltas - CPM22)

Do Esquecimento

"Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?"
(Do amoroso Esquecimento - Mário Quintana)

Da Carência

"Eu quero ficar só, mas comigo só eu não consigo
Eu quero ficar junto, mas sozinho só não é possível
É preciso amar direito, um amor de qualquer jeito
Ser amor a qualquer hora, ser amor de corpo inteiro
Amor de dentro pra fora, amor que eu desconheço
Quero um amor maior, amor maior que eu
Quero um amor maior,um amor maior que eu"
(Amor Maior - Jota Quest)

Da Piranhice

"Não tenho paciência pra televisão
Eu não sou audiência para solidão
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo e
Todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo e
Todo mundo é meu também"
(Tribalistas - Já sei namorar)

Da Nova Paixão

"É força antiga do espírito virando convivência de amizade apaixonada
Sonho, sexo, paixão
Vontade gêmea de ficar e não pensar em nada
Planejando pra fazer acontecer ou simplesmente refinando essa amizade
Eu vou dizendo na sequência bem clichê:
eu preciso de você..."
(Skank - Balada do Amor Inabalável)

segunda-feira, março 22, 2004

O Verdadeiro Você

Luis Fernando Veríssimo em seu texto "O Verdadeiro Você" afirma que "Um homem só se conhece em duas situações: quando está sob a ameaça de uma arma ou quando quer conquistar uma mulher (...) Você pode argumentar que ambas são situações de descontrole emocional. Errado: o descontrole é o homem. O controle é o disfarce. Você deve se julgar pelo seu comportamento quando enfrentou a possibilidade da morte ou quando estava a fim da (o nome é hipotético) Gesileide. (...) E o que você sofreu quando parecia que não ia dar certo? Como um adolescente. Aquele adolescente era você. Isso que você é agora é o disfarce, é o imbecil essencial em recesso provisório. Só o vexame é autêntico num homem".

Eu imagino se isso que ele escreveu se aplica quando se invertem os sexos, ou seja, se uma mulher só se conhece quando está a fim de um homem... E se sim, aquele clichê no qual eu me transformei, embora brevemente, é o que eu realmente sou?!? Eu sou aquele adolescente?!?