quarta-feira, abril 28, 2004

Me leve a mal

Você não me encontrou lá por acaso. Até porque eu não estava lá por acaso. Também não lancei aquele olhar por acaso. Nem dancei por acaso.

"São coisas da vida"? Não. Tudo é planejado. Todos nós temos uma segunda intenção. Eu esbarrei com você na biblioteca com segundas intenções, assim como foram elas que me impulsionaram a vestir o que eu estava vestindo. E eu não fui dar só uma passadinha naquela festa, nem tinha outro lugar no qual eu deveria estar...

Como é interessante ver como as pessoas não permitem que as outras vejam o que realmente querem. Acredito que isso talvez seja imposto pelas regrinhas que todos nós seguimos para conviver em sociedade.

Muito embora sejam necessárias, estas regras às vezes nos "obrigam" a assumir atitudes hipócritas, que acabam por surtir o efeito contrário e dificultam esta mesma vida em sociedade.

Ou talvez as regras não as sejam culpadas. Talvez o nosso incansável "Complexo de Cinderela" é quem deva assumir a culpa. Quem não sonhou, não só com o príncipe encantado, mas também com todas as adversidades pelas quais o casal teria que passar antes do "Felizes para sempre"?

Quem sabe esta "dança" que todos nós fazemos seja divertida e este seja o motivo pelo qual dançamos...

Então, quando indiretas são na verdade diretas, por favor me entenda mal, me interprete mal, me leve a mal...

"Don´t waste your time on me, you´re already the voice inside my head
I miss you, miss you"

sexta-feira, abril 23, 2004

9.49 Psicose, que nada

Gosto horrível de fome na boca. Antibiótico vai, antibiótico vem, dor de cabeça, ouvido estourando, garganta fechada, dificuldade para respirar, engolir nem pensar, falar ainda menos, amígdalas derretidas, e aquela febrezinha básica de dar arrepios. Para ajudar, início do sangramento menstrual com fluxo ininterrupto de quatro a sete dias, seguido de dismenorréia primária (cólica) e alterações de humor repentinas. Para auxiliar a dor, antiinflamatórios, leite aquecido com ovomaltine e Tylenol 750mg a cada oito horas. Os minutos do relógio não passam, assim como a dor e a vontade irracional de comer algo que se mastigue. Mal-estar generalizado, dores musculares, sensação de fraqueza, sensibilidade exacerbada, sonolência e um desejo incontrolável de desaparecer.
Tudo isso desmoronou ontem, às 9 e 49, quando chegaram em minhas mãos a mais linda rosa e um gentil cartão com carinhosas palavras de um certo cavalheiro, que me fizeram esquecer toda a dor, todo o mal-estar, toda a sensação de impotência causada por uma infeliz crise de amigdalite crônica... A dor nunca foi tão doce, nem a vida tão bela...

terça-feira, abril 20, 2004

Beautiful Day

Acordei com o espírito renovado!!! Então, para contrabalançar a música de ontem (sem entrar no mérito de qual banda é melhor, porque se esse fosse o críterio, quem me conhece sabe que eu escolheria Ramones...), hoje eu vou transcrever trechos de uma música do U2, "Beautiful Day":

"You thought you'd found a friend
To take you out of this place
Someone you could lend a hand
In return for grace

It's a beautiful day
Sky falls, you feel like
It's a beautiful day
Don't let it get away

You love this town
Even if that doesn't ring true
You've been all over
And it's been all over you

It's a beautiful day
Don't let it get away
It's a beautiful day

Touch me
Take me to that other place
Teach me
I know I'm not a hopeless case

What you don't have you don't need it now
What you don't know you can feel it somehow
What you don't have you don't need it now
Don't need it now
Was a beautiful day
"

segunda-feira, abril 19, 2004

Ba-ba-bamp-ba ba-ba-ba-bamp-ba I wanna be sedated

Preciso de férias de tudo o que insiste em passar pela minha cabeça. Como seria bom abstrair-me ... Fugir... Não ter coragem de aceitar tudo o que penso... Ou seria esse escapismo corajoso? Eu até escreveria "maldita TPM", e não estaria sendo hipócrita, mas resolvi parar de relativizar meus sentimentos e de arranjar desculpas, enfim, assumi a posição.

Não quero admitir, mas a idéia de que a ignorância é uma benção, às vezes me parece atraente...

E antes que hajam mal-entendidos, esclareço que a escolha da música do Ramones como título nada tem a ver com drogas, mas sim com tudo o que eu tentei expressar aqui, com a vontade de estar sedada e não ter que lidar com a vida, em nenhum aspecto. Até parece angústia adolescente...

"Twenty-twenty-twenty four hours to go I wanna be sedated
Nothin' to do and no where to go-o-oh I wanna be sedated"

quinta-feira, abril 15, 2004

Dias de TPM

Estou me sentindo feia. Feia e gorda... E burra...

Isso sem falar nos efeitos físicos: retenção de líquidos, peitos doloridos, espinhas...

Sinto uma vontade quase irresistível de chorar. Sem motivo, é claro. Sem causa também é a minha rebeldia, aparentemente.

O que? Rebelde sem causa? Mimada? Eu? Aí eu fico braba. Braba não, revoltada! E ao que parece, reacionária... Quem ele pensa que é? Quem eles pensam que são?

E quer saber? Não sou feia e gorda coisíssima nenhuma! Sou linda! Linda, gostosa e cheirosa!!! E quem não pensa assim, foda-se!!!

Ou melhor: eu não me importo... Não, me importo sim... Porque eu sou feia. Feia e gor...

domingo, abril 11, 2004

...

Não, gente, ainda não é mais um post sobre imediatismo...

Mas, assim como o anterior, poderia ser sobre falta de inspiração... É. Vai ser sobre falta de inspiração...

Porém, acho que seria melhor falar sobre algo inerente às mulheres, dado o subtítulo do blogger...

Não. Não tô com vontade de escrever coisinhas de mulher hoje...

Pensando bem, prefiro escrever sobre indecisão... Ou não... Quer algo mais feminino que isso? ...

terça-feira, abril 06, 2004

Nem Freud Explica

Este post poderia ser sobre inspiração, ou a falta dela mais precisamente. Ou, quem sabe, sobre quando mesmo a sua vida sendo cheia, às vezes pode parecer vazia. Poderia ainda se escrever mais sobre o imediatismo, assunto até de uma pesquisa minha, tanto teórica, quanto empírica.

Mas não. Este post será sobre o quão efêmeros são os sentimentos femininos quando estamos menstruadas.

Na pesquisa sobre o imediatismo (que vai render pelo menos mais um post, afinal, eu li bastante sobre o assunto. Para aqueles ansiosos, a LETi escreveu sobre no blogger pessoal dela), me deparei com algumas teorias de Freud quanto ao que nos faria feliz. Para ele, é tão difícil para o homem ser feliz devido a três fontes de sentimento: o poder superior da natureza - nunca a dominaremos por completo; a fragilidade de nossos corpos; e a inadequação das regras que procuram ajustar os relacionamentos mútuos. Para este post, consideremos somente a primeira fonte, qual seja, o poder superior da natureza.

Quando eu li pela primeira vez esse texto de Freud ("O Mal Estar na Civilização") eu não percebi que talvez ele, ao falar que nunca dominaremos a natureza por completo, poderia estar se referindo aos nossos hormônios (olha eu aqui, "interpretando" Freud...).

É engraçado analisar o que pensei e senti quando estava menstruada. Até porque não estou no momento. Então, para fins meramente ilustrativos, transcrevo aqui trechos de um bilhete que eu achei no meio dos meus textos. Foi escrito há umas duas semanas e teve como "autoras" três amigas, devidamente menstruadas à época.

"Estou fisicamente e psicologicamente mal. Acordei assim e assim fiquei o dia inteiro."

"A propósito... Se te consola... Não é só você que está menstruada"

"Acabei de ver ele. Não que tenha feito alguma diferença, já que o status quo era ruim..."

"Olha eu me transformando em clichê novamente."

"Eu não quero ver ele. Não quero ver porque ainda gosto e se ele quiser, eu volto. Arght!"

"Conheço isso... Essa falta de amor próprio!!! Já disse: cebola roxa e muito colo!!! É ruim, machuca, mas o tempo cura"

" Fique feliz e pense uma coisa... Quanto mais triste você ficar agora, maior será o frisson quando um novo 'corpo' aparecer para te 'abraçar'. Ai ai."

"Sei lá! É a única resposta para qualquer pergunta que você me fizer agora..."

Não poderiam ser mais distantes da realidade... Até a próxima revolução (ou seja, se o ciclo for regular, daqui a aproximadamente duas semanas...)

sexta-feira, abril 02, 2004

Da Dor-de-Cotovelo das "Ex-apaixonadas"

Dúvidas, muitas dúvidas. Nenhuma reposta que satisfaça o ansioso coração. A sensação de vazio nervoso, de náusea repulsiva, de inquietação incessante, já não fazem mais parte dos minutos que insistem em passar. Não são mais desculpa para o mal-estar diário. Restou apenas uma falta que faz sem nenhuma explicação, que enche de perguntas o coração solitário. O que devo fazer agora? Espero, ajo, pergunto, finjo, falo, tento entender, esqueço... tantas opções e nenhum ânimo senão aquele que se fixa na verdade oculta. O amor ainda existe.
Será?