quarta-feira, novembro 01, 2006

O golpe

Você abre os olhos na esperança de ver o sol da primavera. Tudo está quieto lá fora. "Devo ter acordado muito cedo", pensa. Olha para o relógio. Já passam das dez. "Nossa, será que eu dormi por apenas vinte minutos?", você se pergunta. O quarto está escuro. Das frestas da janela não se vê luz alguma, senão aquelas da cidade. "Não é possível", você se levanta e vai até a janela. Antes de abrir a cortina, escuta o tilintar das gotas. "Não acredito...", você lamenta. Um mar de guarda-chuvas escuros e cinzentos passeia nas calçadas. Mal se vê as pessoas por debaixo deles. A chuva cai insípida e constante. Gotas fartas encharcam o chão. Longas filas de carros infestam as ruas. "Estou atrasada", pensa. Já não há mais tempo para caminhar ou andar de bicicleta. Ainda mais na chuva! Você volta para a cama. Dá um leve suspiro preguiçoso. A chuva lá fora conforta. O sol ainda é a droga do ânimo.