sexta-feira, agosto 22, 2008

Peace of mind – don’t assign me yours

A cabeça dá voltas. O tempo pára, de maneira retrógrada. Você custa a acreditar. Você não quer acreditar. Exatos dois meses atrás a vida virava de pernas para o ar. Maravilhosa e intensamente. No instante em que se fez exatos dois meses tudo ruía. O sonho de um abraço tornou-se um beijo gelado em uma boca qualquer. Os olhos olharam retinas estranhas. A pele sentiu o calor alheio. Não há porquês razoáveis. Há apenas o egoísmo. Falta de consciência. Falta de respeito por algo que se dizia sublime. E o símbolo daquilo estampado no peito. Contudo, esqueceu-se. Você sabia que algo assim aconteceria. Mesmo assim, você foi. Indo, encontrou amigos. Você foi avisado do que seria um erro. Mesmo assim, insistiu. Fez. Você pensou nisto no outro dia. Silenciou. Preferiu não se abrir. Preferiu que outras vozes dissessem. Você foi covarde. Você optou pela irracionalidade quando precisava pôr os pés no chão. Você pirou. Enfureceu-se. Fez besteira. Ao menor sinal de sofrimento. Isso significa uma coisa ou outra. Mas significa também que você optou pelo não-sentimento. Sim, você foi covarde. Você não quis enfrentar os fantasmas. Quis extravasar. Só que acabou rachando o cristal precioso. Agora está ali, estático. Nada faz. Permanece na inércia. Se o que sente é sublime, não sei do que chamar a desesperança. E os minutos da vida passam por aí. E, como diria Nietzsche, abençoados os que esquecem, porque aproveitam até mesmo seus equívocos.


"Too many guys think I'm a concept, or I complete them, or I'm gonna make them alive. But I'm just a fucked-up girl who's looking for my own peace of mind; don't assign me yours." (Clementine In Eternal Sunshine of the spotless mind)