Estou escrevendo
para dizer-lhe uma coisa:
Nunca te amei.
Odeio você. Odeio os dias.
Odeio os pássaros, as palavras de amor.
Odeio as pessoas que andam abraçadas.
Odeio as lembranças. Odeio o nada.
Queria falar que você é passado.
Um espectro, um vento, um algo vazio.
Mas meu coração que hoje anda sombrio
ficou cego de amor, e ainda mais arredio.
Amo-te como o inverno odeia a primavera
que as árvores tão belas, insistem em presentear:
verde, flores e tudo o mais.
Amo-te como o verão odeia o frio,
como o pássaro odeia a tempestade,
e a mentira odeia a verdade.
Agora não amo mais.
Amo que te odeio.
Odeio que um dia posso te amar.
De tudo então restam-me as palavras,
únicas cúmplices e coniventes
do fato absurdo que ora se lê:
amarodeio odiamar você.
quinta-feira, junho 11, 2009
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