terça-feira, dezembro 01, 2009

Hipocondria

Sentia dores estranhas, inidentificáveis. Doía aqui, doía ali, doía lá. Dor difusa que parecia irradiar do coração. Sentia-se uma verdadeira vítima do acaso. Que maldade deste tal acaso! Estava planejando mudanças, revoluções e gritos de guerra. Mas nada fazia. Talvez uma ida ao médico pudesse melhorar tudo. Ou talvez pudesse se esconder em sua toca. Talvez se ninguém a visse, a dor poderia desaparecer. Esperava sinceramente que a ajuda de que precisava chegasse em um cavalo branco, espada em punho e disposta ao beijo do amor eterno. Do alto da sua torre de cristal, alternava entre a indecisão, a negligência e a inércia. Não queria perceber que de mitos ninguém nunca chegou a lugar algum. Que de contos de fada só vivem os grandes estúdios de cinema e The Happiest Place on Earth. Que nem a maior descoberta da ciência poderia aplacar a dor que sentia: o mais desesperador dos vazios.

2 comentários:

oh my! disse...

saudade meninaaaaaaaaaaaaaaas!

Mah ;) disse...

Nossa, mas que texto incrível! o.o