sábado, junho 01, 2013
Do poço às estrelas: a liberdade OR I finally saw right through you
É tão revigorante o desprezo
Tão inebriante o desdém
Tão extasiante a indiferença,
essa indiferença pura e completa que sinto.
Liberdade, enfim, deu-me asas
asas belas, enormes, brancas e brilhantes.
As amarras que me prendiam ao chão
finalmente ficaram no passado,
onde pertencem mortas e insignificantes.
Não há mais mentiras deslavadas,
não há mais teatro de máscaras.
Dou adeus à ilusão do Narciso ardil,
do rosto sem identidade,
do indivíduo de superego frágil,
desconectado de afetos,
separado do conteúdo da experiência.
Despeço-me dos embustes do adolescente vazio,
do ser incompleto,
inseguro,
reprimido,
e mimético.
É tão doce ver-se livre
Tão ditoso amadurar-se
Tão sereno me sentir de novo inteira,
essa inteireza plena, de essência,
deliciosamente libertadora.
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