domingo, novembro 07, 2004

Se houvesse o adeus

Você tinha razão. Sou mais prática. E se você briga com a realidade, eu brigo com a minha praticidade. Queria poder lhe falar o quanto sonho em ter minha vida a seu lado. O quanto desejo que tudo fosse diferente e igual. O quanto espero para olhar você nos olhos, e o quanto espero para sentir você me tocar. Queria ter você para mim. Queria conhecer cada cantinho de sua existência e fazer parte dela desde então, indefinidamente. Queria poder acordar ao seu lado. Queria poder vê-lo mau-humorado pela manhã. Queria pedir-lhe que tome banho comigo. Queria poder me sentir em um jardim de infância. Queria poder compartilhar com você todos os meus pensamentos, todos os meus medos, todos os meus desejos. Queria poder lhe dar tudo que eu tenho e o nada que eu sou. Isso é um sonho. A realidade se faz presente. Queria ter poderes suficientes para modificá-la, junto com você. Sua existência será parte da minha alma e luz em meu pensamento. Será uma lembrança eterna de como sempre sonhei viver. E a certeza de que habita em mim a felicidade, infinita. Esse seria o adeus. Mas se o adeus houvesse, não haveria cumplicidade. Então eis que estou ao seu lado para mudarmos a realidade e construirmos nosso sonho. A partir de hoje, o ‘queria’ torna-se ‘vou’. E reler o ‘queria’ com outros olhos torna tudo tão doce quanto um beijo na chuva.

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