quarta-feira, abril 13, 2011

Encontre-me em você / Meet me in Montauk

Estou dentro de mim
que está dentro de você
que não vai a lugar algum
apesar de fugir constantemente.
Busquei um esconderijo seguro
e estava me iludindo bem o suficiente
até que você me achou.
Você sempre me acha.
Pensei que pudesse te enganar
e me enganar
e fingir que havia lhe apagado
para sempre da minha mente.
Mas ilusão ainda é sinônimo para engano.
Achei que era possível.
Acreditei.
Mas a verdade é que
no momento em que se dá conta do estrago
é tarde demais
e a chance escapa pelos dedos.
A felicidade era tão simples
e ambos insistiram em complicar.
A felicidade está em nossas mãos
e a descartamos
por puro desconhecimento da vida.
Ignorância.
E voltamos a machucar o coração
que parece buscar estar vazio
ou esvaziar-se.
Com promessas falsas.
Ilusões mundanas.
A fonte de todas as nossas dores.
Ou quem sabe ludibriar-me-ia
com a doce escusa do poeta
para tão odioso comportamento.
Escusa que parece servir como uma luva
para casos de cinismo desvairado:
"É tão curto o amor, e tão longo o esquecimento."*


* frase de Pablo Neruda

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