quarta-feira, maio 18, 2011

Ao acaso do destino

Parecia-lhe incrível como todos os clichês eram adequados ao falar do amor que sentia. Da escolha que fez. Da viagem que decidiu iniciar. Tinha em si um mapa indecifrável. Sonhos que julgava inalcançáveis. Ideais supostamente inexistentes. Isso tudo pareceu-lhe inóspito quando encontrou o acaso de um olhar. Vertigem. Ainda são os olhos. Olhos que dão movimento, mesmo que a estática seja permanente. Que são cúmplices. Que praticam o jogo da reciprocidade. Passou a encantar-se com os raciocínios que surgiam de conversas despretensiosas. Das palavras. Da metalinguagem. Dos olhos que construíram uma forma singular de comunicação. Que enxergam o nada e o tudo. Independentes, mas superlativamente unidos. Por ideais. Sonhos. Desejos. Convicções. Propósitos. Escolhas. Compromisso. Olhares que subvertem o tempo. Que tornam hoje o amanhã que o ontem desejou.

Nenhum comentário: