segunda-feira, maio 16, 2005

Adaptação

"A vida é curta. Eu preciso aproveitá-la ao máximo. Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida. Eu sou um clichê ambulante. (...) Se eu parasse de deixar as coisas para depois eu seria mais feliz. Tudo o que eu faço é sentar sobre a minha bunda gorda. Se a minha bunda não fosse tão gorda, eu seria mais feliz. Eu não teria que usar essas camisetas com a ponta para fora todo o tempo. Como se aquilo enganasse alguém. Bunda gorda. Eu deveria começar a correr novamente. Cinco milhas por dia. Realmente fazê-lo dessa vez. Talvez escalada. Eu preciso mudar completamente a minha vida. O que eu preciso fazer? Eu preciso me apaixonar. Eu preciso ter um relacionamento. Eu preciso ler mais e provar a mim mesma. E se eu aprendesse a falar Russo ou começasse a tocar um instrumento? Eu poderia falar Chinês. (...) Por que eu deveria sentir que eu tenho que me desculpar pela minha existência? Talvez seja a química do meu cérebro. Talvez seja isso o que eu tenho de errado. Química ruim. Todos os meus problemas e ansiedade podem ser reduzidos para um desequilíbrio químico ou algum tipo de sinapses falhas."*

Não sou nenhuma mulher problema, espero. Talvez seja. Não escrevo odes à TPM, apenas esta afeta meus escritos. Tenho relacionamentos pós modernos. Será que estou perdida? Se estivesse, talvez escrevesse um ode à TPM. E isto não é um ode à TPM. Isto é apenas o que eu sinto. Agora. Não o que senti há dez minutos. Não o que sentirei amanhã. Talvez. Mas por enquanto, por hora. Sentimentos esboçados por outro, traduzidos por personagem de filme. Adaptados. Isto são apenas reflexões. Reflexões para o Cebola Roxa. Não sou a _Me_. Ela é apenas a minha manifesta parte bipolar, paranóica e tepeêmica.

* Fala da personagem Charlie Kaufman, no filme "Adaptação".

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