sexta-feira, outubro 15, 2004

Qualquer coisa de mistério

Minha indiferença ocupou-se de desvendar os porquês. Está meio aflita, meio sem saber o que pensar. Vai daqui, vai dali, procura, olha, mas não acha coisa nenhuma. Pensa nervosamente se o jogo virou. Jogo, mas que jogo? Aquele, poxa, do olha-não-olha, do vê-mas-finge-que-ignora, do vai-atrás-mas-não-quer-nada. Não, o jogo inexiste. Ou o jogo sempre esteve virado? Será? Pois bem, quem se estrepou dessa vez foi a pobre da indiferença. De tão angustiada virou a casaca e amigou-se, quem diria, com a dúvida. E que cruel essa tal. Fica instigando-a a não se acalmar, a ficar tilintando díssonos pensamentos, aqueles ordinários, aqueles que a tornam sonâmbula. Borboletas inversas habitam o meu estômago. Voam ao contrário, mas as náuseas são as mesmas. E as coisas pairam no ar, indicando que o medo está presente. Medo de que, ora? Medo do nada.

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